Nas previsões econômicas de verão (hemisfério norte, inverno no Brasil), a Comissão também diminuiu as expectativas para 2023 - com uma previsão de crescimento de 1,4% e uma inflação de 4% - e advertiu que a situação pode ficar ainda mais grave em caso de interrupção do fornecimento de gás russo.
O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, afirmou que o estímulo registrado com a reabertura após as restrições provocadas pela pandemia "vai sustentar o crescimento anual em 2022, mas para 2023 revisamos consideravelmente para baixo nossa previsão".
De acordo com Gentiloni, para "navegar nestas águas turbulentas, a Europa deve mostrar liderança, com três palavras que definem nossas políticas: solidariedade, sustentabilidade e segurança".
No relatório semestral, a Comissão alerta que a situação pode piorar se a Rússia cortar o fornecimento do gás, já que a Europa continua muito dependente dos combustíveis russos.
A instituição explica que os riscos para a trajetória de crescimento e inflação "dependem em grande medida da evolução da guerra e, em particular, de suas consequências para o abastecimento de gás na Europa".
"Como a evolução da guerra (na Ucrânia) e a confiabilidade do fornecimento de gás são desconhecidas, esta previsão está sujeita a uma grande incerteza e a riscos negativos", afirmou Gentiloni em um comunicado à imprensa.
A ofensiva militar da Rússia na Ucrânia exerce "uma pressão adicional ao aumento dos preços da energia e dos alimentos básicos", em uma situação que corrói o poder aquisitivo das famílias, afirmou a Comissão Europeia.