Jornal Estado de Minas

BOGOTÁ

Renomada designer de bolsas colombiana detida por contrabando de mercadoria para os Estados Unidos

A colombiana Nancy González, renomada designer de carteiras e bolsas de pele de réptil, pode ter que trocar suas elegantes butiques por uma cadeia nos Estados Unidos, por enviar ilegalmente seus acessórios para o país.



González, cujos produtos são vendidos em lojas de Nova York, Moscou, Milão, Seul, Toronto e Taiwan, foi detida na cidade colombiana de Cali, em 7 de julho, durante uma busca policial em sua residência.

Segundo a procuradora Deicy Jaramillo, a estilista é processada por um Tribunal Distrital do Sul da Flórida por "organização para importar e levar animais selvagens para os Estados Unidos contra a lei" e "contrabando de mercadorias", entre outros crimes.

González e dois de seus funcionários supostamente montaram uma rede de envio de "carteiras, bolsas e diversos produtos feitos de peles de Jacaretinga, crocodilos e cobras" obtidos legalmente na Colômbia, mas sem cumprir os requisitos de entrada nos Estados Unidos.

Os produtos de González, que chegam a custar 4.200 dólares, estão nas vitrines da Bergdorf Goodman de Manhattan e outras 300 butiques de luxo. Seus clientes incluem celebridades como Salma Hayek, Britney Spears e Victoria Beckham, segundo portais especializados.



A empresária de 77 anos aguarda seu processo de extradição em uma prisão de Bogotá. A justiça deve endossar sua entrega em um processo que pode levar semanas ou meses, levando em conta os recursos da defesa.

Se for considerada culpada, ela enfrenta uma sentença de 25 anos de prisão.

A "indictment" da Corte acusa González de enviar aos Estados Unidos cerca de cem bolsas e carteiras, entre fevereiro de 2016 e abril de 2019, sem a autorização da Convenção para o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (Cites, por sua sigla em inglês).

A designer, segundo o documento, pagou passagens de avião para Nova York, Nova Jersey e Miami para que vários viajantes levassem os produtos em sua bagagem pessoal, burlando as licenças comerciais.

A acusada "forneceu instruções" sobre "como viajar e transportar" as mercadorias e "o que dizer" às autoridades "em caso de detenção", apontou o texto.

Embora a defesa de González tenha apresentado um habeas corpus para obter sua libertação, considerando sua detenção ilegal, um juiz negou o pedido.