Este julgamento, que durou dois dias, foi particularmente midiático: primeiro, o vídeo do assassinato com faca de Nayera Achraf em frente à sua universidade foi compartilhado muitas vezes na Internet.
Em seguida, o julgamento de seu assassino, Mohammed Adel, foi gravado, algo extremamente raro, e posteriormente transmitido ao vivo por alguns veículos de comunicação.
Além disso, o caso gerou debate fora do Egito porque alguns dias após o assassinato de Achraf, uma estudante jordaniana, Imane Erchid, também foi morta a tiros em Amã, provavelmente pelos mesmos motivos.
A instância de Mansura, 130 km ao norte do Cairo, que emitiu a pena de morte um mês depois do crime, pediu ao Tribunal de Apelação neste domingo uma isenção para poder transmitir a execução ao vivo.
No seu pedido, o tribunal considera que "a divulgação, ainda que seja apenas do início do procedimento, poderá permitir dissuadir o maior número". Também pediu ao Parlamento que alterasse a lei para autorizar essas transmissões com mais frequência.
O Egito é o país que mais impõe sentenças de morte, segundo a Anistia Internacional. Em 2021, o país do norte da África realizou o terceiro maior número de execuções do mundo. No entanto, essas sentenças nunca são executadas em público ou ao vivo, com raras exceções. Em 1998, por exemplo, três homens que mataram uma mulher e seus filhos durante um assalto foram executados ao vivo na televisão.
CAIRO