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Estado de Minas WASHINGTON

Pandemia freou avanços na luta contra a Aids


27/07/2022 17:18

A pandemia de Covid-19 freou os avanços alcançados na luta contra a Aids, devido, sobretudo, à interrupção do acesso aos serviços de tratamento e prevenção, alerta o Unaids em seu relatório anual, divulgado nesta quarta-feira.

"Nos últimos dois anos, as múltiplas e simultâneas crises que abalaram o mundo tiveram um impacto devastador sobre as pessoas infectadas pelo HIV e fizeram retroceder a resposta mundial à pandemia de Aids", assinala o relatório, publicado no âmbito da abertura da Conferência Internacional sobre a Aids, realizada em Montreal, Canadá.

Embora as infecções pelo HIV no mundo tenham continuado diminuindo no ano passado (3,6% em relação a 2020), foi o menor declínio desde 2016. Em 2021, foi registrado cerca de 1,5 milhão de novas infecções por HIV, e cerca de 650.000 pessoas morreram de Aids, o que equivale a uma morte por minuto.

O número de pessoas soropositivas que tiveram acesso ao tratamento aumentou em 2021, mas atingiu apenas 1,47 milhão, em comparação com os 2 milhões de anos anteriores. Foi o menor aumento desde 2009.

As populações mais frágeis, especialmente na linha da pobreza, são as mais afetadas, observa o relatório, o qual aponta que a lacuna no acesso ao tratamento entre crianças e adultos aumenta, em vez de diminuir.

Em 2021, 70% dos adultos com HIV e 41% das crianças receberam tratamento antirretroviral. Isso significava que cerca de 800.000 crianças soropositivas não receberam tratamento.

As crianças representavam 4% da população com HIV em 2021, mas 15% das mortes relacionadas ao vírus, destaca o relatório. Usuários de drogas injetáveis, profissionais do sexo e homens gays continuam sendo as populações de maior risco.

O Unaids pediu fundos adicionais urgentes para que se alcance o objetivo de pôr fim à epidemia de Aids até 2030. Em 2021, os recursos internacionais disponíveis para combater o HIV foram 6% menores do que em 2010.

"Este relatório não é uma admissão de fracasso. É um chamado à ação", reforçou a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima.


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