"O que posso assegurar é que será feito com a maior responsabilidade, seja a supressão ou a transformação do Esmad, mas sempre sob a perspectiva de uma força que deve respeitar absolutamente os direitos humanos e que não pode ver os manifestantes como inimigos", disse o futuro chefe da pasta, Iván Velásquez, em entrevista à emissora W Radio.
Velásquez acrescentou que, no lugar dos atuais esquadrões passaria a operar uma nova corporação de choque que, por princípio, terá "que respeitar o protesto".
Com pouco mais de 5.000 efetivos, o Esmad é uma força especial criada há duas décadas para controlar manifestações e multidões.
Nos últimos anos, foi duramente questionada pelos abusos na contenção dos protestos maciços que enfrentou o governo do presidente em fim de mandato, Iván Duque.
Em um relatório emitido no fim de 2021, a ONU denunciou "graves violações" de direitos humanos por parte de agentes estatais nas manifestações daquele ano.
A organização documentou a morte de pelo menos 28 civis pelas mãos das forças públicas, assim como detenções arbitrárias e agressões sexuais e de gênero.
Nesse sentido, recomendou ao Estado colombiano realizar "uma transformação profunda do Esmad", um pedido que o presidente eleito de esquerda Gustavo Petro, que tomará posse em 7 de agosto, acolheu em sua campanha.
Além disso, o governo eleito quer que a polícia deixe de ser vinculada ao Ministério da Defesa, levando em conta que é uma corporação civil armada e não uma força militar, apesar de também enfrentar os grupos ilegais como parte do prolongado conflito interno no país.
Sobre isso, o futuro ministro da Defesa adiantou que a polícia passaria a fazer parte de um "ministério especial" de paz, convivência e segurança.
Velásquez, um renomado investigador que presidiu a comissão da ONU contra a corrupção na Guatemala, adiantou que o processo será gradual e conduzido mediante "um grande planejamento".