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Estado de Minas BOGOTÁ

Governo eleito da Colômbia considera eliminar tropa de choque da polícia


01/08/2022 17:00

O governo eleito da Colômbia transformará ou suprimirá o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), a tropa de choque da polícia, diante das violações de direitos humanos cometidas durante a repressão dos protestos dos últimos anos, anunciou o ministro designado para a Defesa, nesta segunda-feira (1º).

"O que posso assegurar é que será feito com a maior responsabilidade, seja a supressão ou a transformação do Esmad, mas sempre sob a perspectiva [...] de uma força que deve respeitar absolutamente os direitos humanos e que não pode ver os manifestantes como inimigos", disse o futuro chefe da pasta, Iván Velásquez, em entrevista à emissora W Radio.

Velásquez acrescentou que, no lugar dos atuais esquadrões passaria a operar uma nova corporação de choque que, por princípio, terá "que respeitar o protesto".

Com pouco mais de 5.000 efetivos, o Esmad é uma força especial criada há duas décadas para controlar manifestações e multidões.

Nos últimos anos, foi duramente questionada pelos abusos na contenção dos protestos maciços que enfrentou o governo do presidente em fim de mandato, Iván Duque.

Em um relatório emitido no fim de 2021, a ONU denunciou "graves violações" de direitos humanos por parte de agentes estatais nas manifestações daquele ano.

A organização documentou a morte de pelo menos 28 civis pelas mãos das forças públicas, assim como detenções arbitrárias e agressões sexuais e de gênero.

Nesse sentido, recomendou ao Estado colombiano realizar "uma transformação profunda do Esmad", um pedido que o presidente eleito de esquerda Gustavo Petro, que tomará posse em 7 de agosto, acolheu em sua campanha.

Além disso, o governo eleito quer que a polícia deixe de ser vinculada ao Ministério da Defesa, levando em conta que é uma corporação civil armada e não uma força militar, apesar de também enfrentar os grupos ilegais como parte do prolongado conflito interno no país.

Sobre isso, o futuro ministro da Defesa adiantou que a polícia passaria a fazer parte de um "ministério especial" de paz, convivência e segurança.

Velásquez, um renomado investigador que presidiu a comissão da ONU contra a corrupção na Guatemala, adiantou que o processo será gradual e conduzido mediante "um grande planejamento".


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