O líder da Al-Qaeda, o egípcio Ayman al-Zawahiri, foi morto em uma operação com drones conduzida no domingo (31/7) pela CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, em Cabul, no Afeganistão.
A informação foi confirmada na noite desta segunda-feira (1/8) pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
Zawahiri, 71 anos, estava na varanda de uma casa quando um drone disparou dois mísseis contra ele. Outros membros da família estavam presentes, mas saíram ilesos.
Em seu pronunciamento, Biden afirmou que os EUA localizaram Zawahiri no início do ano, constatando que ele havia se mudado para o centro de Cabul para viver com a família. Segundo o presidente americano, ele deu a "autorização final" para a operação contra o egípcio na semana passada.
"Depois de analisar cuidadosamente as claras e convicentes evidências da localização dele, eu autorizei o ataque de precisão que o retiraria do campo de batalha de uma vez por todas", disse Biden.
Zawahiri, um cirurgião oftalmologista que ajudou a fundar a Jihad Islâmica Egípcia, assumiu a liderança da Al-Qaeda após o assassinato de Osama Bin Laden pelas forças americanas em maio de 2011.
Antes disso, Zawahiri era considerado o braço direito de Bin Laden e o principal ideólogo da Al-Qaeda. Alguns especialistas acreditam que ele tenha sido o "cérebro operacional" por trás dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Biden afirmou que Zawahiri "deixou um rastro de assassinatos e violência contra cidadãos americanos".
"Ele esteve profundamente envolvido no planejamento do 11 de Setembro, (foi) um dos maiores responsáveis pelos ataques que assassinaram 2.977 pessoas em solo americano".
"Continuamos a lamentar cada vida inocente que foi roubada no 11 de Setembro e honramos suas memórias. Para as famílias que perderam pais e mães, maridos, esposas, filhos e filhas, irmãos e irmãs, amigos e colegas de trabalho naquele dia de setembro, espero que esta ação decisiva traga mais uma forma de encerramento."
"Deixamos claro hoje à noite que não importa o quando demore, não importa onde se esconda, se você é uma ameaça ao nosso povo, os Estados Unidos vão te encontrar e te eliminar", disse Biden, citando o envolvimento de Zawahiri no planejamento de outros ataques, como um atentado suicida contra o destróier USS Cole em 2000, no qual 17 marinheiros americanos foram mortos.
Enquanto isso, um porta-voz do Talebã confirmou que os EUA realizaram no domingo um ataque com drones em uma área residencial de Cabul. O porta-voz classificou a operação como uma violação de normais internacionais.
"Tais ações são uma repetição das experiências fracassadas dos últimos 20 anos e vão contra os interesses dos Estados Unidos da América, do Afeganistão e da região", disse o porta-voz do Talebã, um antigo aliado da Al-Qaeda.
De acordo com a análise de Gordon Corera, repórter de segurança da BBC, Zawahiri era uma "figura remota", "apenas ocasionalmente emitindo mensagens", e liderava uma Al-Qaeda menos influente nos últimos anos.
"Os EUA anunciarão esta morte como uma vitória, principalmente após a caótica retirada (dos EUA) do Afeganistão no ano passado. Mas Zawahiri tinha relativamente pouca influência à medida que novos grupos e movimentos como o Estado Islâmico se tornaram cada vez mais influentes. Um novo líder da Al-Qaeda sem dúvida surgirá, mas provavelmente terá ainda menos influência do que seu antecessor", escreveu Corera.
- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62386777
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