O satélite, batizado como Khayyam, foi lançado ao espaço na terça-feira (9) em um foguete Soyuz-2.b no cosmódromo de Baikonur, sob controle russo, no Cazaquistão.
Em resposta ao lançamento, Washington afirmou que a crescente cooperação entre Rússia e Irã deveria ser vista como uma "ameaça profunda".
"Estamos cientes das informações de que a Rússia lançou um satélite de grandes capacidades de espionagem de parte do Irã", disse um porta-voz do Departamento de Estado americano.
O diretor da Agência Espacial Iraniana, Hasan Salarieh, afirmou aos jornalistas nesta quarta-feira que a acusação de espionagem é "infantil".
"Às vezes, alguns comentários são feitos para criar tensões; dizer que queremos espionar com o satélite Kayyam (...) é basicamente infantil", afirmou.
A Agência Espacial Iraniana (AEI) disse no domingo que a República Islâmica controlará Kayyam "desde o primeiro dia" e que "nenhum terceiro país poderá ter acesso à informação" enviada por satélite.
Na semana passada, o jornal americano The Washington Post afirmou, citando fontes diplomáticas ocidentais, que a Rússia "pensa em usar o satélite por vários meses" para apoiar suas operações militares na Ucrânia antes de conceder o controle a Teerã.
A missão do Kayyam é "monitorar as fronteiras do país", aumentar a produtividade agrícola e monitorar os recursos hídricos e os desastres naturais, informou a agência iraniana.
O Irã insiste que seu programa espacial tem finalidades civis e que não rompe o acordo nuclear de 2015.
Os governos ocidentais temem que os sistemas de entrega por satélite incorporem tecnologias intercambiáveis com as dos mísseis balísticos, capazes de lançar uma ogiva nuclear, algo que o Irã negou.
O Irã conseguiu lançar seu primeiro satélite militar em abril de 2020, um movimento fortemente criticado pelos Estados Unidos.