Arriaza e os ministros Gustavo Villatoro (Justiça e Segurança) e René Merino (Defesa) compareceram na terça-feira à Assembleia Legislativa para solicitar a prorrogação do regime de exceção em vigor desde o fim de março e que o Parlamento, controlado por aliados de Bukele, prorroga a cada mês.
Durante a noite, o Congresso unicameral, de 84 cadeiras, aprovou, com 66 votos a favor, pela quinta vez uma prorrogação que começa em 20 de agosto.
"Prolonga-se por todo território nacional, pelo prazo de 30 dias, nas mesmas condições, os efeitos do decreto legislativo número 333 de 27 de março de 2022 que contempla o regime de exceção", afirma o texto.
Esse sistema, que permite prisões sem ordem judicial, foi instaurado em resposta ao aumento dos homicídios, que tiraram a vida de 87 pessoas de 25 a 27 de março.
Para abrigar parte dos detidos, Bukele ordenou a construção de um presídio para 40 mil membros de gangues na zona rural da cidade de Tecoluca, centro do país, que deve ficar pronto até o fim do ano.
"Os resultados do regime de exceção têm sido contundentes, impactamos fortemente essas estruturas terroristas (gangues)", declarou Gustavo Villatoro.
Nos 142 dias em que o regime de exceção está em vigor, foram registrados "77 dias com nenhum homicídio, o que representa uma média de 0,77 homicídio (por dia)", declarou o ministro René Merino.
Até o último dia 12, 85% dos detidos eram homens, e 15%, mulheres. Um total de 68,9% são acusados de pertencer à Mara Salvatrucha (MS-13), seguida pela facção Sureños da gangue Barrio 18 (17,7%) e a facção Revolucionários, do mesmo grupo (12,7%). O 0,7% restante está concentrado nas gangues Mao Mao, MS503, Maquina e Mirada Locos Sureños.
Antes do regime de exceção, havia 16.000 membros de gangues presos. Em diferentes operações, a polícia e o Exército apreenderam mais de 1 milhão de dólares, além de 1.283 armas, 1.543 veículos, drogas e celulares.