O chefe de Governo alemão, Olaf Scholz, expressou nesta quarta-feira (17) sua irritação com as declarações do presidente palestino Mahmud Abbas em Berlim sobre o Holocausto, que provocaram indignação na Alemanha e em Israel.
Em uma entrevista coletiva conjunta com Scholz na terça-feira, Abbas, de 87 anos, foi perguntado se pediria desculpas pelos palestinos que tomaram reféns durante os Jogos Olímpicos de Munique em 1972, uma ação que terminou com as mortes de 11 atletas e integrantes de comissões técnicas de Israel.
Abbas não respondeu de maneira direta, mas comparou o ato com a situação nos territórios palestinos e acusou Israel de ter cometido "50 massacres, 50 holocaustos" contra os palestinos desde 1947.
"Estou irritado com as declarações ultrajantes feitas pelo presidente palestino Mahmud #Abbas", tuitou Scholz.
"Para nós alemães, em particular, qualquer relativização da singularidade do Holocausto é intolerável e inaceitável. Eu condeno qualquer tentativa de negar os crimes do Holocausto".
Scholz também foi criticado por não ter condenado imediatamente as declarações de Abbas durante a entrevista coletiva, que terminou após os comentários do líder palestino.
"Gostaríamos que o esclarecimento (de Scholz) tivesse acontecido de modo mais imediato", escreveu a revista Spiegel.
Em Jerusalém, o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, também criticou as declarações de Abbas.
"Mahmud Abbas acusando Israel de ter cometido '50 Holocaustos' enquanto está em território alemão não é apenas uma desgraça moral, mas uma mentira monstruosa", escreveu o primeiro-ministro no Twitter.
"Seis milhões de judeus foram assassinados no Holocausto, incluindo um milhão e meio de crianças judias. A história nunca o perdoará", acrescentou.