Jornal Estado de Minas

LOS ANGELES

Para Alec Baldwin, ninguém será acusado criminalmente por morte em set

O ator americano Alec Baldwin acredita que ninguém será acusado criminalmente pela morte de uma pessoa durante a filmagem do western "Rust" e contratou um detetive particular para investigar os fatos, segundo declarações exibidas nesta sexta-feira (19) pela emissora CNN.



A diretora de fotografia Halyna Hutchins morreu em outubro passado atingida por disparos de uma arma que Baldwin segurava, enquanto ensaiava no set de filmagem no Novo México.

A investigação criminal sobre o incidente está em andamento e os promotores não descartam apresentar acusações contra os envolvidos.

"Acredito sinceramente... (que os investigadores) vão dizer que foi um acidente", disse Baldwin em uma das raras entrevistas que deu sobre o episódio.

O ator disse à CNN que nos últimos dez meses relembrou mais de uma vez o ocorrido e que havia contratado um detetive particular para investigá-los.

Embora tenha insistido em que não quer "condenar" Hannah Gutiérrez-Reed, a armeira e assistente de cenografia, destacou que tanto ela quanto o assistente do diretor Dave Halls, que entregou a arma ao ator momentos antes dos disparos, têm responsabilidade no ocorrido.



"Alguém pôs uma bala real na arma e deveria tê-lo sabido", disse Baldwin. "Esse era o trabalho (de Gutiérrez-Reed). Seu trabalho consistia em observar as munições (...) e não se supunha que houvesse munição real no estúdio."

"Há duas pessoas que não fizeram o que deveriam ter feito (...) Não quero que vão para a prisão ou que suas vidas virem um inferno. Não quero isso, mas quero, sim, que todos saibam que estas são as duas pessoas responsáveis pelo que ocorreu", acrescentou.

Baldwin, protagonista e produtor de "Rust", foi alvo de várias ações civis pelos disparos.

Anteriormente, tinha contado que lhe disseram que a arma não continha munição real, que Hutchins lhe havia dito que apontasse a arma em sua direção e que não apertou o gatilho.

Mas um relatório recente do FBI concluiu que a arma não poderia ter disparado sem que o gatilho fosse apertado.

Gutiérrez-Reed processou o fornecedor de munições do filme, acusando-o de que havia munições reais entre os cartuchos de festim.



O advogado dela, Jason Bowles, criticou na quinta-feira o FBI por não fazer exames de DNA ou das impressões digitais para estabelecer quem havia manipulado as balas reais encontradas no set.

"É inconcebível que o xerife não busque respostas para esta pergunta fundamental, o que representa um sério problema para toda a investigação", afirmou em nota.

Após a última entrevista de Baldwin, os advogados de Gutiérrez-Reed e de Halls disseram à CNN que o ator estava tentando desviar a atenção.

Baldwin também aproveitou a entrevista à CNN para comentar a insinuação do ex-presidente Donald Trump de que o ator poderia ter matado Hutchins de propósito.

Trump disse no ano passado que Baldwin, que o imitava e ridicularizava na televisão, era um "cara problemático" e sugeriu que "talvez tenha carregado" a arma.

Baldwin disse à CNN que isso o deixou preocupado pela possibilidade de que simpatizantes de Trump "viessem me matar".

"Aí estava Trump, que instruía as pessoas a cometer atos violentos, e que estava me apontando o dedo e dizendo que eu era responsável pela morte" de Halyna Hutchins, disse o ator.