O presidente suspendeu por decreto as medidas contra a equipe do Exército de Libertação Nacional (ELN), antes da retomada dos diálogos, provavelmente em Havana.
"Autorizei (...) suspender ordens de captura destes negociadores; suspender ordens de extradição (...) para que comece um diálogo com o Exército de Libertação Nacional", disse Petro ao final de um conselho de segurança no município de San Pablo (norte).
O presidente disse esperar que o futuro processo de paz com a última organização rebelde reconhecida na Colômbia seja "rápido e expedito", e ponha fim a seis décadas de levante armado.
A delegação de paz em Cuba é formada por dez integrantes dirigidos por Pablo Beltrán. Os Estados Unidos pediram a extradição de 11 rebeldes, sob acusações de narcotráfico, mas até o momento nenhum dos delegados em Cuba consta da lista.
O governo antecessor de Iván Duque rompeu em 2019 as negociações iniciadas pelo ex-presidente e Nobel da Paz Juan Manuel Santos, depois de um ataque com um carro-bomba contra uma academia de polícia, que deixou 22 mortos, além do agressor.
Duque voltou a ordenar a captura dos delegados do ELN e exigiu, sem sucesso, de Cuba sua entrega, violando os protocolos acordados pelas partes, com a mediação de avalistas internacionais, no início do frustrado processo de paz.
Tais normas estabeleciam o retorno seguro a território colombiano da equipe negociadora do ELN caso os diálogos não prosperassem, mas Duque insistiu em pressionar o governo cubano para que tornasse efetiva a captura dos guerrilheiros, o que deteriorou as relações entre os dois países.
No entanto, com a chegada do primeiro governo de esquerda ao poder na Colômbia, abriram-se as portas para um novo processo de paz.
Neste sábado, Petro anunciou que restituiu os "protocolos" violados por seu antecessor e ampliou sua oferta de diálogo ao Clã do Golfo, a maior organização armada do narcotráfico que também se denomina Autodefesas Gaitanistas da Colômbia.
"Convido a quem integra as chamadas autodefesas a iniciar um caminho similar", enfatizou.
O governo de Petro e o ELN já tiveram uma primeira aproximação em Havana na semana passada, após a qual manifestaram a intenção de instalar uma mesa de negociação.
Depois da ruptura dos diálogos, em 2019, o ELN aumentou seu efetivo, passando de 1.800 a 2.500 combatentes e colaboradores, segundo estimativas oficiais.
BOGOTÁ