Semanas depois de o texto parecer morto, a União Europeia (UE) propôs no último dia 8, como fórmula final, aliviar as sanções contra o Irã e que o mesmo possa vender petróleo em troca da redução do seu programa nuclear.
O Irã sugeriu na semana passada mudanças, às quais os Estados Unidos responderam formalmente nesta quarta-feira, um dia depois de Teerã ter acusado o país inimigo de provocar obstruções.
Irã, Estados Unidos e UE confirmaram a resposta de Washington, mas nenhum a discutiu imediatamente com profundidade. "Recebemos os comentários do Irã sobre o texto final proposto pela UE", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price. "Nossa revisão desses comentários já foi concluída. Respondemos hoje à UE", acrescentou.
- Revisão minuciosa -
O Ministério das Relações Exteriores do Irã confirmou nesta quarta-feira que recebeu da UE as respostas dos Estados Unidos "sobre as questões pendentes nas negociações para o levantamento das sanções. O processo de revisão minuciosa das opiniões dos EUA começou, e a República Islâmica do Irã irá anunciar ao coordenador sua opinião neste contexto após concluir sua revisão", disse o porta-voz da chancelaria Nasser Kanani.
Israel, inimigo do Irã, manifestou-se contra. O premier do país, Yair Lapid, alegou que Teerã poderá levantar bilhões de dólares que serão destinados a "desestabilizar o Oriente Médio, fortalecendo o Hezbollah, Hamas e a Jihad Islâmica". Ele ressaltou que não é, "por definição, contra um acordo, e sim contra esse acordo".
Lapid prometeu preservar a cooperação com os Estados Unidos, um aliado crucial de Israel, e evitou a postura de confronto adotada pelo ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que se uniu abertamente aos rivais republicanos do então presidente Barack Obama para fazer campanha contra o acordo assinado em 2015.
O assessor de Segurança Nacional de Israel, Eyal Hulata, manteve conversas em Washington. Seu colega americano, Jake Sullivan, garantiu ontem que os Estados Unidos se comprometem a "manter e reforçar as defesas de Israel e a garantir que o Irã nunca adquira uma arma nuclear".
As negociações sobre o programa nuclear iraniano, que já duram 16 meses, mas foram suspensas e retomadas no início de agosto, visam a salvar o acordo entre Teerã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia), além da Alemanha.
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