Jornal Estado de Minas

LONDRES

Antiguidades danificadas por explosão em Beirute ganham nova vida

Danificados pela explosão que devastou Beirute em 2020, delicados recipientes de vidro, alguns dos quais muito antigos, recuperaram a sua integridade, após um trabalho minucioso no Museu Britânico, onde eles serão exibidos.



"É uma história de quase destruição, de superação e colaboração", disse Hartwig Fischer, diretor da famosa instituição cultural britânica, nesta quarta-feira. "Dois anos após a explosão em Beirute, estamos felizes em expor esses antigos recipientes de vidro", que irão retonar ao Líbano até o fim do ano.

As peças estavam em uma vitrine da Universidade Americana de Beirute (AUB) quando a onda de choque da explosão no porto, a 3 km de distância, a derrubou. Das 74 peças que caíram, apenas duas foram recuperadas intactas. Especialistas restauraram 26, incluindo os oito em exibição, e esperam reabilitar em breve pelo menos metade das 46 restantes.

O Museu Britânico e a AUB começaram a colaborar nesse projeto em 2021. Os conservadores concordaram com a necessidade de restabelecer a integridade estrutural dos recipintes, mas decidiram não eliminar as rachaduras e imperfeições estéticas dos objetos reconstituídos, como forma de lembrar a tragédia de 4 de agosto de 2020, que deixou mais de 200 mortos, 6.500 feridos e devastou bairros inteiros.

Os objetos, oriundos das habilidades dos gregos, bizantinos e muçulmanos, mostram a evolução das técnicas dos sopradores de vidro no Oriente Médio.