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Estado de Minas GENEBRA

Bachelet não sabe quando relatório sobre Xinjiang será publicado


25/08/2022 06:35

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, admitiu nesta quinta-feira que não sabe se o seu aguardado relatório sobre a região de Xinjiang, onde a China é acusada de repressão contra uigures e outras minorias, será publicado antes da conclusão de seu mandato, em 31 de agosto, como havia prometido.

"Eu tinha toda a intenção de publicá-lo antes do fim de meu mandato e recebemos contribuições substanciais do governo que devemos examinar cuidadosamente", declarou a ex-presidente chilena.

"Estamos trabalhando intensamente para fazer o que prometi", acrescentou a respeito do relatório de sua polêmica viagem a Xinjiang, onde China foi acusada de abusos dos direitos humanos contra a população muçulmana da região.

"Estive sob pressão? Sempre estivemos sob pressão de vários lados, em todos as partes e em todas as situações, eu diria".

Neste caso, "passei por grandes pressões para publicar ou não publicar (o relatório), mas não são estas pressões que farão com que publique ou desista da publicação", acrescentou.

A região de Xinjiang foi cenário de ataques violentos contra civis, cometidos, segundo as autoridades, por separatistas e islamitas uigures (o principal grupo étnico da região).

Há vários anos, a região é objeto de vigilância draconiana.

Vários países ocidentais e organizações independentes afirmam que Pequim internou mais de um milhão de uigures e membros de outras etnias muçulmanas locais em "campos de reeducação" em Xinjiang, com a imposição de "trabalhos forçados" e "esterilizações".

A China rebate as acusações a apresenta os "campos" como "centros de formação profissional" para combater o extremismo religioso.

Em maio, Bachelet, durante uma rara viagem à China, pediu a Pequim para evitar medidas "arbitrárias" em Xinjiang, denunciando ao mesmo tempo "atos violentos de extremismo" na região.

A visita ao país foi a primeira de um alto comissário para os Direitos Humanos em 17 anos e aconteceu após longas negociações entre a ONU e Pequim.

Desde então, várias ONGs exigem com insistência a publicação do relatório de Bachelet.


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