O governador Tate Reeves alertou os moradores sobre a crise e enviou a Guarda Nacional para ajudar a distribuir água por toda a cidade.
O Departamento de Saúde do Mississípi disse que as estações de tratamento falharam e que havia baixos níveis de água nos tanques de armazenamento que abasteciam Jackson.
Muitas das torneiras da cidade não estavam recebendo água, ou recebiam água contaminada ou sem tratamento, advertiram as autoridades.
"Não temos água corrente confiável suficiente", afirmou Reeves em coletiva de imprensa na noite de segunda-feira.
"A cidade não está conseguindo produzir água suficiente para combater incêndios, dar descarga nos banheiros e atender a outras necessidades vitais", apontou ele, acrescentando que os serviços de emergência distribuíram água potável aos residentes por meio de uma "tarefa logística extremamente complicada".
Com uma infraestrutura obsoleta, Jackson está sob uma ordem de ferver água para fins de consumo desde o final de julho.
As recentes chuvas torrenciais intensificaram a crise ao transbordar o rio da cidade e gerar inundações recordes que começaram a ceder na segunda-feira, disseram autoridades municipais de Jackson em comunicado.
Segundo o Departamento de Saúde, as estações de tratamento de água da capital não têm pessoal de manutenção suficiente nem operadores certificados para operar o sistema com segurança, gerando um risco de possível contaminação por organismos perigosos, como E. coli e Giardia.
Reeves pediu aos moradores que evitem utilizar a água que sai de suas torneiras. "Em muitos casos, é água não tratada do reservatório sendo empurrada pelos canos", explicou.
Sem água, as escolas públicas de Jackson estavam funcionando de forma virtual nesta terça e ainda não haviam programado um retorno ao presencial.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que o presidente Joe Biden foi informado sobre a situação.
"Sob sua orientação, temos mantido contato regular com autoridades estaduais e locais, incluindo o prefeito Lumumba, e deixamos claro que o Governo Federal está pronto para oferecer assistência", tuitou.
O sistema de água de Jackson sofre "deficiências significativas" desde 2016, de acordo com um relatório do Departamento de Saúde, com partes de sua rede de distribuição com tubulações com mais de um século e contaminadas por chumbo.
Charles Williams, ex-diretor de obras públicas dessa cidade majoritariamente negra, disse à AFP em abril que as obras de substituição da infraestrutura poderiam custar até 5 bilhões de dólares.
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