"Houve atividade militar, inclusive esta manhã, há alguns minutos, mas não paramos, nos movimentamos", disse o diplomata argentino Rafael Grossi na cidade de Zaporizhzhia antes de partir para a central, que fica a 120 quilômetros de distância.
"Começaremos a avaliar imediatamente a situação de segurança na central", completou Grossi.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu nesta quinta-feira o fim das operações militares ao redor da central nuclear de Zaporizhzhia.
"É o momento de parar de brincar com o fogo e adotar medidas concretas para proteger esta instalação e outras similares de qualquer operação militar", declarou o diretor geral do CICV, Robert Mardini, em Kiev.
"O mínimo erro de cálculo poderia desencadear devastações que lamentaremos durante décadas", acrescentou.
Durante a manhã, russos e ucranianos trocaram acusações sobre ataques ao redor da central nuclear, a maior da Europa, a duas horas de carro da cidade de Zaporizhzhia e muito perto da linha de frente da guerra.
O ministério da Defesa da Rússia denunciou em um comunicado que unidades ucranianas atravessaram o rio Dniepr, que separa as posições dos dois países, a três quilômetros da central.
"Às 6H00 (0H00 de Brasília), dois grupos de sabotadores do exército ucraniano, que podem chegar a 60 pessoas, desembarcaram a bordo de sete barcos", afirmou o ministério, que afirmou ter adotado "medidas para destruir o inimigo".
As autoridades ucranianas acusaram as tropas russas de bombardear trajeto que deve ser seguido pela missão da AIEA e a cidade onde está fica a central, Enerdogar, também sob controle de Moscou.
A delegação da agência da ONU "não pode prosseguir o deslocamento para central por razões de segurança", disse o prefeito de Enerdogar, Dmitro Orlov, que está no exílio.
Apesar da declaração, a delegação da AIEA saiu da cidade de Zaporizhzhia às 08H15 (2H15 de Brasília).
"Sabemos que há uma área cinzenta em que acaba a última linha de defesa ucraniana e começa a primeira linha das forças de ocupação russas, onde os riscos são significativos", disse Grossi antes do início do deslocamento.
"Acredito que temos que seguir adiante. Temos uma missão muito importante a cumprir", acrescentou.
Ocupada desde os primeiros dias da guerra por Moscou, a central de Zaporizhzhia foi alvo de bombardeios recentes, que provocaram uma troca de acusações entre Ucrânia e Rússia.
ZAPORIZHZHIA