No entanto, a promotora Elisabetta Tizzoni pediu que a pena de 14 anos de "reclusão" seja "suspensa" para que a acusada receba tratamento médico em um centro especial enquanto persistir o risco de reincidência.
"A loucura não depende do homem, mas da causa", foram as primeiras palavras da promotora, na abertura de sua acusação perante o tribunal criminal federal de Bellinzona (sul).
"Ato de loucura ou terrorismo? As duas hipóteses não se excluem mutuamente", continuou, sustentando que uma pessoa com problemas mentais "pode ser capaz de cometer um ato terrorista".
Em 24 de novembro de 2020, a ré - 28 anos na época dos fatos e convertida ao islamismo - tentou degolar duas mulheres em uma loja em Lugano, região de língua italiana na Suíça, depois de ter comprado uma faca no local.
Uma das vítimas, gravemente ferida no pescoço, entrou com ação civil e reivindica 440.000 francos suíços (cerca de US$ 450.000). A segunda, ferida em uma das mãos, conseguiu dominar sua agressora junto com outras pessoas.
"A acusada trouxe o terrorismo às nossas portas. É um caso simbólico para o nosso país", insistiu a promotora. "A ré cometeu um ataque terrorista com uma faca. Ela queria matar, sem escrúpulos e sem piedade, não uma, mas várias pessoas em nome de uma ideologia violenta", continuou.
Segundo os especialistas citados esta semana pelo tribunal, a acusada sofre de um leve atraso mental e uma espécie de esquizofrenia e apresenta risco de reincidência.
A defesa deve se apoiar em seu estado mental para rejeitar o motivo "terrorista".
Durante o ataque, a jovem gritou repetidamente "Allahu Akbar" (Deus é o maior) e "Vou vingar o profeta Maomé". Ele também declarou "Estou aqui para o ISIS", referindo-se ao grupo jihadista Estado Islâmico, de acordo com a acusação.
O veredicto pode ser anunciado em 19 de setembro e as partes poderão recorrer.
BELLINZONA