A moeda japonesa, que além disso sofre com uma política bastante acomodatícia do Banco do Japão (BoJ, banco central), era cotada a 140 ienes por dólar na tarde desta quinta.
A desvalorização da divisa japonesa, que perdeu mais de 20% em um ano, deve-se, segundo os operadores de câmbio, à política monetária muito flexível do BoJ.
Ao contrário de Estados Unidos e Europa, onde a inflação disparou e chegou a superar os 10% no Reino Unido, o aumento de preços no Japão foi de 2,4% nos últimos 12 meses em julho, um índice muito próximo da meta de 2% dos grandes bancos centrais, o que levou o BoJ a uma situação de passividade.
Contudo, a forte queda do iene pode fazer a entidade monetária se mexer. "Anteriormente, quando o Banco do Japão intervinha para comprar iene, era em torno desses níveis [de cotação]", explicou à AFP David Forrester, responsável pelo setor de câmbio do banco Crédit Agricole em Hong Kong.
A passividade do banco central japonês contrasta com a atitude firme do Federal Reserve dos Estados Unidos (Fed, banco central), que assinalou em diversas ocasiões que continuará aumentando os juros para combater a inflação.
"Os comentários da semana passada do presidente do Fed, Jerome Powell, que prometeu agir rapidamente para controlar a inflação sem se preocupar com os efeitos disso na economia americana", beneficiam o dólar, opinam os analistas de empresa de serviços financeiros OFX.
Assim, o rendimento de outras divisas importantes frente ao dólar americano tampouco foi muito melhor: o euro era cotado a 0,99 dólar e a libra esterlina a 1,15 dólar na tarde desta quinta.
CREDIT AGRICOLE
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LONDRES