De acordo com o Escritório de Prevenção e Resposta à Agressão Sexual (SAPR, sigla em inglês) do Departamento de Defesa, 8.866 agressões e crimes sexuais foram denunciados no ano passado, contra 7.816 em 2020.
No entanto, apenas uma proporção baixa das agressões sexuais é denunciada. Segundo uma investigação mais ampla feita pelo SAPR, cerca de 36.000 militares teriam sofrido contatos sexuais indesejados, desde toques até estupros, no exercício fiscal concluído em março de 2021, o que representa um aumento de 35% em relação ao ano anterior.
A partir dessas cifras, o escritório estimou uma "taxa de prevalência" de agressões sexuais - denunciadas ou não - de 8,4% em mulheres e 1,5% para homens em 2021. "Essas cifras são trágicas e extremamente decepcionantes",comentou Beth Foster, diretora do escritório a cargo do bem-estar das Forças Armadas americanas, ao destacar a taxa de prevalência mais alta já detectada em mulheres.
As denúncias aumentaram de 26% no Exército, contra 19,2% na Marinha e 2% na Força Aérea e no corpo de marines.
"Esse relatório mostra com uma precisão terrível que as agressões sexuais e o assédio continuam sendo problemas persistentes e destrutivos para nossos soldados", comentou o secretário de Defesa, Lloyd Austin, em mensagem ao alto comando militar.
O presidente Joe Biden lançou em janeiro uma reforma da justiça militar, para que as agressões sexuais no Exército sejam consideradas crimes. As agressões sexuais, a violência doméstica e as agressões contra menores passam a ser julgadas por uma corte marcial, e a decisão de perseguir os responsáveis será confiada a promotores especializados, e não mais à cadeia de comando.