O ministro do Interior, Gérald Darmanin, fez do caso de Hassan Iquioussen uma prioridade, cuja expulsão ele ordenou em julho por um discurso "virulento", "antissemita" e sermões pedindo a "submissão" das mulheres.
Os seus advogados conseguiram inicialmente suspender a sua expulsão, alegando um possível "dano desproporcional" à sua "vida privada e familiar", mas o Conselho de Estado acabou aprovando a medida.
Logo após a decisão do mais alto tribunal administrativo da França, as autoridades consideraram o imã de 58 anos, nascido na França, mas de nacionalidade marroquina, como foragido, possivelmente na Bélgica.
Um juiz de instrução em Valenciennes (norte) emitiu a ordem europeia, revelada pela televisão BFMTV, contra Iquioussen por "evitar a execução de uma ordem de expulsão", disseram à AFP fontes próximas ao caso.
A cidade de Lourches (norte), onde morava este homem que tem milhares de seguidores em suas contas no YouTube e Facebook, fica a cerca de 25 quilômetros da fronteira belga.
No entanto, a situação "é legalmente complicada", disse à AFP uma fonte próxima ao caso.
Outra fonte evocou "manobras jurídicas para processar uma ação contra alguém sujeito a uma medida administrativa".
Segundo especialistas, o procedimento utilizado para a saída do imã da França - uma ordem de expulsão assinada pelo ministro do Interior - não implica sua saída obrigatória para seu país de origem, Marrocos.
"Então, ele não cometeu nenhum crime se estiver na Bélgica", disse Serge Slama, professor de direito público e especialista em direito constitucional, à AFP na quarta-feira.
Darmanin fez do imã um símbolo da luta do governo do presidente liberal Emmanuel Macron contra o "discurso separatista", que na prática se concentra no islamismo radical.
A lei contra o separatismo, promulgada em 2021, permite fechar locais de culto, escolas religiosas ou proibir sermões extremistas, em nome do respeito pelos valores republicanos e pelo laicismo.
PARIS