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Estado de Minas

Atirador roubou de amigo arma usada para tentar matar Kirchner, diz jornal

Informação é do periódico La Nación, com base em relatos de fontes que participam das investigações da tentativa de assassinato de Kirchner


03/09/2022 11:59

Manifestação em prol de Kirchner
(foto: Emiliano Lasalvia / AFP)


SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A arma utilizada no ataque contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi roubada de um amigo pelo atirador que tentou matá-la na noite da última quinta-feira (1º) e tinha o número de série parcialmente apagado, segundo informações do jornal La Nación.

Os relatos são de fontes que participam das investigações da tentativa de assassinato de Kirchner, que afirmam que o brasileiro Fernando Sabag Montiel, de 35 anos, também não consta como usuário legal de armas de fogo nos registros da ANMaC (Agência Nacional de Materiais Controlados), órgão argentino que fiscaliza e controla atividades ligadas a itens como armas de fogo e artigos explosivos.

De acordo com o laudo pericial realizado pela Divisão de Balística da PFA (Polícia Federal Argentina), o revólver apreendido estava em condições de fazer o disparo, mas, no momento do ataque, não havia projétil na câmara. Câmara é o nome dado à cavidade na parte traseira das armas, onde o usuário insere o projétil antes do disparo.

O termo utilizado pelos peritos para classificar a condição da arma, segundo o Lá Nación, foi "apto para disparar". Caso a conclusão fosse diferente e a arma não estivesse em condições de causar dano, o jornal afirma que os advogados de Montiel poderiam pedir a atenuação de qualificações das acusações contra ele.


KIRCHNER DIZ NÃO TER PERCEBIDO


Em depoimento prestado a autoridades ontem, a vice-presidente da Argentina disse não ter percebido que um homem apontou uma arma para ela e tentou atirar em seu rosto. Ela afirmou que só tomou conhecimento do que ocorrera quando estava dentro de sua casa.

A vice-presidente deu o depoimento por cerca de 1 hora à juíza María Eugenia Capuchetti e o promotor Carlos Rívolo em seu apartamento, no bairro de Recoleta, em Buenos Aires.

Os seguranças que estavam no local no momento do atentado também prestaram depoimento pela manhã. Eles foram ouvidos como testemunhas, mas não se descarta que no futuro possam mudar de condição e se tornar réus.
Segundo o La Nación, ao todo, 24 testemunhas já prestaram depoimento no caso: boa parte deles, policiais e militantes.


SUSPEITO SE NEGA A DEPOR

Apontado como o principal suspeito do ataque contra Kirchner, Fernando Sabag Montiel se recusou a prestar depoimento na sede da Polícia Federal argentina.
Montiel foi preso ainda na noite de quinta-feira após tentar atirar no rosto de Kirchner. A ação aconteceu por volta das 21 horas (horário local), quando a vice-presidente chegava à sua casa, após presidir uma sessão do Senado.

O incidente ocorreu na entrada da residência, onde centenas de manifestantes se reuniram nos últimos dias para apoiar a ex-presidente, que passa por um julgamento por suposta corrupção.

A polícia da Argentina encontrou duas caixas de munições com pelo menos 100 balas na casa de Montiel. As balas eram de calibre 9 milímetros. Além da munição, a polícia também apreendeu um notebook HP na casa de Montiel, localizada em San Martín, região metropolitana da capital Buenos Aires, e documentos de sua namorada.


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