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Estado de Minas SANTIAGO

Boric muda seu gabinete ministerial após fracasso da nova Constituição no Chile


06/09/2022 16:10

O presidente chileno, Gabriel Boric, trocou nesta terça-feira (6) os ministros do Interior, Saúde, Ciência, Energia e Secretaria Geral após a rejeição avassaladora a uma nova Constituição, apoiada por seu governo.

Dois dias após o referendo constitucional, Boric se aproxima do centro político com nomes como Carolina Tohá, nomeada para a pasta do Interior, e Ana Lya Uriarte, como secretária-geral da Presidência. As duas ocuparam altos cargos nos governos da ex-presidente Michelle Bachelet (2006-2010; 2014-2018).

"Talvez seja, não preciso esconder, um dos momentos mais difíceis politicamente que tive que aceitar. E seguiremos em frente juntos pelos chilenos e pelo Chile", disse Boric após a mudança de gabinete, que segundo o presidente vai "dar maior coesão" ao governo.

Tohá assumiu como titular do Ministério do Interior, cargo já ocupado por seu pai, José Tohá, no governo de Salvador Allende (1970-1973).

Ele substitui a médica Izkia Siches após notórios erros cometidos durante seus seis meses no cargo, como ter acusado parlamentares do governo do ex-presidente Sebastián Piñera (2018-2022) de deportar e posteriormente devolver estrangeiros ao Chile em voos de expulsão.

Giorgio Jackson, amigo próximo do presidente Boric desde a universidade e parceiro de luta nos protestos estudantis de 2011, deixou a Secretaria-Geral da Presidência para assumir o Ministério de Desenvolvimento Social, do qual saiu Jeanette Vega após um controverso telefonema ao líder do o grupo radical mapuche Coordenadoria Arauco-Malleco (CAM), Héctor Llaitul, hoje preso.

No lugar de Jackson, foi nomeada Ana Lya Uriarte, ex-assessora no segundo governo Bachelet (2014-2018), que agora ficará responsável pelas relações entre o Executivo e o Congresso.

No Ministério da Saúde, Begoña Yarza deixou o cargo e Ximena Aguilera assumiu em seu lugar após críticas à gestão da pandemia realizada pela até então chefe da pasta.

Já no comando do Ministério das Ciências, saiu Flavio Salazar e entrou Silvia Díaz, que era diretora do Congresso Futuro, um fórum científico e de inovação.

O Ministério da Energia, por sua vez, ficou a cargo de Diego Pardow após a saída do titular Claudio Huepe.

Com as mudanças, o governo mantém a promessa de paridade de gênero no gabinete ministerial com 15 mulheres e 9 homens nos cargos.


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