"Após uma nova avaliação esta manhã, os médicos da rainha estão preocupados com a saúde de Sua Majestade e recomendaram que ela permaneça sob vigilância médica", informou o Palácio de Buckingham no início da tarde.
"A rainha permanecerá em Balmoral", onde costuma passar o final do verão, acrescentou o palácio em um breve comunicado.
Todos os filhos de Elizabeth II - o príncipe Charles, de 73 anos, herdeiro do trono, a princesa Anne, 72, o príncipe Andrew, 62, e o príncipe Edward, 58, viajaram imediatamente a Balmoral, que fica 800 km ao norte de Londres.
Também iniciaram a viagem os filhos de Charles, William, de 40 anos e segundo na linha de sucessão ao trono, e Harry, de 37 anos.
Este último estava em Londres com a esposa Meghan para participar em um evento de caridade, apesar de o casal morar na Califórnia desde 2020, quando abandonaram a monarquia britânica, em um duro golpe para a instituição.
O anúncio da viagem de Harry e Meghan, que não estão em um bom momento com a família real, aumentou a preocupação provocada por um comunicado de Buckingham por si só incomum.
"O palácio não divulga boletins sobre a saúde da rainha a menos que seja algo significativo", disse o comentarista de família real Robert Hardman à BBC.
A recém-nomeada primeira-ministra, Liz Truss, foi informada enquanto apresentava seu pacote de medidas energéticas no Parlamento.
"Todo o país está profundamente preocupado com as notícias", disse no Twitter.
Sob forte chuva, dezenas de britânicos e turistas se reuniram em frente ao Palácio de Buckingham, em Londres, para compartilhar sua preocupação.
"Esperava que o ar escocês lhe fizesse bem", disse à AFP Elizabeth Jackson, 66 anos, que leva o nome da rainha.
"Os problemas vêm aumentando desde o ano passado, é preocupante", acrescentou junto a um cartaz informando que a famosa cerimônia de troca da guarda não aconteceria.
- Mensagem de Joe Biden -
Exemplo da preocupação mundial com uma das pessoas mais conhecidas do planeta, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e sua esposa enviaram seus melhores votos à rainha e sua família em uma mensagem a Truss.
O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual da Igreja da Inglaterra, garantiu que a monarca estava em suas orações.
Os líderes dos governos regionais autônomos da Escócia, Gales e Irlanda do Norte também enviaram desejos de melhoras.
A saúde da monarca é motivo de crescente preocupação desde outubro do ano passado, quando foi revelado que ela passou uma noite hospitalizada para ser submetida a "exames" médicos que nunca foram detalhados.
Desde então, ela reduziu consideravelmente sua agenda, com aparições em público cada vez mais raras e sendo observada caminhando com dificuldade, com o auxílio de uma bengala.
Nos últimos anos, Elizabeth II teve que enfrentar a pandemia - ela contraiu covid, doença que a deixou muito cansada -, a devastadora morte de seu marido Philip - falecido em abril de 2021 com quase 100 anos - e as diversas crises da família real.
Na terça-feira, a monarca recebeu em Balmoral o primeiro-ministro demissionário Boris Johnson e sua sucessora, que recebeu a missão de formar o governo.
Uma foto do encontro divulgada pelo Palácio de Buckingham, que mostra a rainha cumprimentando Truss, provocou inquietação porque, segundo analistas, a mão da rainha parecia muito arroxeada.
Pela primeira vez em seu longo reinado, Elizabeth II decidiu permanecer em Balmoral e não retornar a Londres, onde geralmente acontece a transição de poder no governo, devido a seus problemas de saúde.
Na quarta-feira à noite, a Casa Real anunciou que a monarca adiaria uma cerimônia virtual depois que os médicos recomendaram repouso.
Em junho, Elizabeth II praticamente não compareceu às celebrações de seu Jubileu de Platina, período em que apareceu apenas duas vezes, brevemente, na sacada do Palácio de Buckingham para saudar as dezenas de milhares de pessoas reunidas no local.
Porém, algumas semanas depois ela participou em vários atos públicos na Escócia, ao aparecer sorridente e com uma bengala em um desfile das Forças Armadas em Edimburgo no fim de junho.
LONDRES