Jornal Estado de Minas

ASSEMBLEIA GERAL DA ONU

Gustavo Petro na ONU: 'O que é mais venenoso? Cocaína ou petróleo?'

Gustavo Petro, presidente da Colômbia, propôs uma reflexão durante pronunciamento nessa terça-feira (20/09) na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

O governante abordou a guerra às drogas no país em meio a um contexto de mudanças climáticas - a região amazônica da Colômbia compreende 42% do território nacional.





"Servimos como desculpa para o vazio e a solidão de sua própria sociedade, que levam a viver em meio a bolhas de drogas. Escondemos seus problemas que se recusam a consertar, é melhor declarar guerra à selva, suas plantas, seu povo, enquanto eles deixam a selva queimar, enquanto os hipócritas perseguem as plantas com venenos para esconder os desastres de sua própria sociedade. Pedem cada vez mais carbono, cada vez mais petróleo para acalmar o outro vício, o do consumo, o do poder, o do dinheiro", iniciou.

"O que é mais venenoso para o ser humano? A cocaína ou o carvão, ou o petróleo? A decisão do poder ordenou que a cocaína é o veneno e deve ser perseguida, mesmo que ela cause mortes mínimas por overdose e mais pelas mesclas que provoca sua clandestinidade. Mas a venda de carvão e petróleo deve ser protegido para que seu uso possa extinguir toda a humanidade", completou.

Foram 20 minutos de discurso de Petro na ONU. A fala repercutiu no Brasil, com muitas críticas por parte de grupos conservadores e de direita. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), candidato à reeleição em 2022, foi um dos críticos.

"Petro, esquerdista presidente na Colômbia com apoio de Lula, defendeu na ONU a descriminalização da cocaína, além da devastação da saúde e socialização das cracolândias, o efeito jurídico automático disso é a soltura imediata dos presos por tráfico. Você quer isso para o Brasil?", escreveu o filho do presidente Jair Bolsonaro (PL).