Cento e cinquenta e seis milhões de brasileiros estão habilitados a votar no domingo (2) no primeiro turno das eleições em que vão escolher, além de governadores e legisladores, o presidente para os próximos quatro anos, numa disputa que tem como favoritos o ex-presidente Lula e o atual, Jair Bolsonaro.
No total, há 11 candidatos ao cargo mais importante do Executivo. Se nenhum deles superar os 50% mais um dos votos válidos, os dois primeiros colocados se enfrentarão no segundo turno, em 30 de outubro.
- Jair Bolsonaro, o presidente que fez da crise uma forma de governar -
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Por que abstenção pode impedir que pleito seja decidido no 1º turnoVeja as melhores frases do debate para governador de Minas na GloboPesquisa Genial/Quaest: Lula abre 13 pontos percentuais sobre BolsonaroNascido em Glicério, cidadezinha do interior de São Paulo, Bolsonaro, de 67 anos, protagoniza desde 2019 um mandato marcado por crises institucionais constantes - especialmente com o Supremo Tribunal Federal (STF) - e foi alvo de duras críticas internacionais por sua política ambiental e a gestão da pandemia.
O presidente da extrema direita chega ao primeiro turno, no domingo, com um índice de rejeição no eleitorado de 52%, embora se apoie em indicadores econômicos que apontam para uma recuperação, após a queda sofrida durante a pandemia.
Após quatro anos no poder, o candidato do PL mantém uma base fiel de seguidores, que o veem como um freio à volta ao poder do Partido dos Trabalhadores (PT), o que, segundo Bolsonaro, poderia provocar uma desordem na economia, uma perversão dos costumes conservadores e a volta dos grandes escândalos de corrupção.
Se não conquistar um novo mandato, o presidente se tornará o primeiro chefe de Estado a não conseguir a reeleição desde que a mesma foi instituída, em 1997.
Bolsonaro é o segundo em intenções de voto, com 33%, segundo a última pesquisa do Instituto Datafolha.
- Lula da Silva, a "fênix" que tentar voltar ao Planalto -
Como uma "ave fênix", após ter sido condenado e preso durante 580 dias por corrupção, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva, tenta seu terceiro mandato como presidente da República.
Se eleito, Lula, nascido em Caetés, município de Pernambuco, assumirá o cargo aos 77 anos.
Engraxate durante sua infância pobre, Lula construiu sua carreira política durante seu ativismo como líder do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo. Ele deixou a Presidência da República em 2010 com um recorde de popularidade pelo bem sucedido combate à pobreza e à desigualdade.
Em 2018, Lula não pôde disputar a Presidência por sua situação judicial, mas em 2021 o STF anulou suas sentenças.
O ex-presidente de esquerda concentrou sua campanha em um programa de "reconstrução" do país, prometendo que a nenhum brasileiro faltará "comida na mesa". Além disso, comprometeu-se a impulsionar a proteção ambiental e fortalecer seus programas sociais.
Lula lidera as intenções de voto, com 47%, segundo o Datafolha.
- Ciro Gomes, o candidato que pega pesado com Lula e Bolsonaro -
O centro-esquerdista Ciro Gomes (Partido Democrático Trabalhista, PDT), de 64 anos, volta a se apresentar como o candidato que não se concilia nem com Bolsonaro, nem com Lula, aos quais qualifica de "muito parecidos".
Ciro tem sido criticado pela centro-esquerda e por Lula por ter viajado a Paris em 2018, antes do segundo turno entre o então candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, e Bolsonaro, o que foi considerado uma falta de apoio a Haddad e um incentivo à vitória de Bolsonaro.
Ex-ministro da Fazenda e ex-governador do Ceará, Ciro denunciou esta semana pressões para abandonar sua candidatura a favor do "voto útil" em Lula.
"Minha candidatura está de pé para defender o Brasil em qualquer circunstância. E meu nome continua posto como firme e legítima opção para livrar nosso país de um presente covarde e um futuro amedrontador", disse o candidato do PDT, com 7% das intenções de voto.
-Simone Tebet, a esperança da "terceira via"-
Natural de de Três Lagoas, município de Mato Grosso, a senadora Simone Tebet é a candidata da "terceira via".
Impulsionada por um determinado setor do "establishment" para quebrar a polarização, Tebet, advogada de 52 anos, alcançou o quarto lugar nas pequisas.
Apesar de se destacar no primeiro debate entre os presidenciáveis, a candidata do centrista Movimento Democrático Brasileiro não conseguiu converter seu bom desempenho em apoio eleitoral.
No Congresso, Tebet lidera a bancada feminina, foi a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça, e teve um papel importante na na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia.
Católica, contrária ao aborto, Tebet conta com 5% das intenções de voto.