Uma bandana com a bandeira do Brasil ou um lenço vermelho; a camisa da seleção ou um adesivo no peito: em frente às urnas, muitos eleitores revelaram seu voto em Lula ou Bolsonaro com suas roupas.
No primeiro turno das eleições presidenciais neste domingo, a lista de adereços foi longa e original: batom ou óculos vermelhos "para simbolizar a união" com o Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula ou roupas com as cores patrióticas do Brasil, em apoio a Bolsonaro (PL).
"Não tem voto secreto, não tem como ter, ta muito na vista", disse Debora Mattos, 45 anos, à AFP depois de votar em uma escola em frente à praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. "Ou você tem uma camisa verde e amarela ou vermelha".
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Eleições 2022: TRE-MG prevê atraso na apuração dos resultados no estadoBrasileiro consegue alta de hospital para votar em LondresConfira como votaram brasileiros fora do país"É importante, é uma manifestação não apenas partidária, é popular", afirmou Denise Alves, de 37 anos, que usava um vestido vermelho e um adesivo da campanha de Lula.
A lei permite expressar suas preferências de forma "individual e silenciosa": é permitido usar camisas dos candidatos, broches e adesivos, contando com que não haja distribuições ou que não fomentem aglomerações.
Nas filas dos centros de votação no Rio, em São Paulo e Brasília, milhares de eleitores decidiram divulgar seu voto.
Bolsonaro votou com uma camisa verde e amarela, em linha com o apelo que fez esta semana aos seus apoiadores para que vistam as cores nacionais, que seus simpatizantes atribuíram a eles nos últimos anos, para desestimar as pesquisas que colocam Lula em vantagem.
Em uma rua de Copacabana, dois homens se cumprimentaram com o polegar para cima, em um sinal de 'joinha': vestiam o uniforme da seleção, portanto sabiam que compartilhavam o voto.
Juliana Trevisan, de 32 anos, também vestia uma camisa verde e amarela... mas com o rosto de Lula, "para quebrar" os moldes. Por precaução, ela também usava um suéter vermelho, mesma cor de suas unhas e batom.
Gisélia Barros de Freitas, médica paulista de 63 anos, não deixou nada ao acaso: usava um boné amarelo com a palavra Brasil", o qual ela combinou com uma camiseta do mesma cor e um lenço 'verde-amarelo'.
"Recuperamos o nosso patriotismo, voltamos a valorizar o 'verde e amarelo'", afirma.
Já Marcio Lessa, 59 anos, optou pelo branco no Rio. "Tenho medo que a extrema direita me agrida", disse ele em meio a denúncias de violência durante a campanha. Com a mão, timidamente forma um 'L': vota em Lula, mas não grita aos quatro ventos.