O médico e microbiologista francês Didier Raoult está sendo acusado de alterar dados de quatros pacientes e distorcer um estudo sobre o uso da hidroxicloroquina como tratamento para a COVID-19. O remédio, sem eficácia comprovada para o tratamento da doença, foi defendido pelo especialista. A informação foi publicada no jornal francês L'Indépendant, nessa quinta-feira (17/11).
A constatação de fraude foi dada com base em documentos inéditos publicados pelo programa francês Complément d'Enquête. De acordo com os dados obtidos, o estudo do especialista se baseava em parte de dados errados ou mal transcritos.
"O professor Raoult se baseou em um estudo encomendado por suas equipes para afirmar que a hidroxicloroquina era a resposta para a COVID-19. O que nenhum outro estudo publicado no mundo desde então confirmou", escreveu o jornal francês.
Ainda segundo o documento, pelos menos quatro pacientes em 16 participantes tiveram os resultados de tratamento distorcidos.
"O programa também pediu aos cientistas que refizessem o estudo com base em dados reais e, sem surpresa, estes últimos não podem concluir sobre a eficácia do tratamento", escreveu o Complément d'Enquête.
De acordo com o jornal, o Complément d'Enquête tentou entrar em contato com o especialista, porém, o médico não se manifestou.