É o caso de Ana Paula Morais, que não hesita em dizer que o Brasil "está maduro" e pronto para começar sua caminhada no torneio com vitória sobre a Sérvia.
Vestida com o segundo uniforme da equipe, de cor azul, a advogada de 56 anos encerra na madrugada desta sexta-feira (horário do Catar) uma viagem de férias em que passou pela Tailândia, Singapura e Malásia, com uma última escala no Catar para acompanhar a Seleção, no estádio Lusail, em sua estreia na Copa.
"Não (há chances de acontecer conosco o mesmo que com os argentinos, derrotados pela Arábia Saudita na terça-feira). O Brasil está maduro. A Argentina é 'Messidependente' há muito tempo. O Brasil não, hoje em dia o Brasil não tem só o Neymar, temos um time", disse a torcedora antes de entrar no imponente estádio.
Ana Paula, que acompanha a Seleção desde pequena, assistirá pela primeira vez uma partida da equipe fora do Brasil.
A advogada diz que poucas vezes viu o time tão forte. A razão? Acredita que o elenco do técnico Tite aprendeu com os "erros do passado", entre eles a dolorosa derrota por 7 a 1 para a Alemanha nas semifinais do Mundial de 2014, realizado no Brasil.
"Tenho certeza de que essa Copa é nossa. Certeza!", afirmou com empolgação.
- Comunhão entre torcedores -
Ver indianos ou bengalis caminhando pelas ruas de Doha com a camisa amarela do Brasil já virou parte da paisagem do Catar.
Sajon, que nasceu em Bangladesh e trabalha para o governo catari, veste o uniforme verde da Seleção com a intenção de contribuir na conquista do hexa.
"Gosto do Brasil. Gosto do Neymar e de todo o time brasileiro", assegura em um inglês básico. "Vamos ganhar por 3 a 1", diz ele.
A poucos metros dali, Milton Alejandro Castillo está com o casaco da 'Amarelinha', mas o 'look' tem um toque pessoal que dá pistas sobre sua terra natal: um chapéu 'vueltiao', típico da Colômbia.
"A Colômbia não se classificou para a Copa, então nos restam os sul-americanos. Os brasileiros não gostam da Argentina, mas eu gosto do Messi também, para que o título fique na América do Sul", afirmou.
Funcionário de uma empresa de petróleo no Caribe colombiano, o homem de 43 anos pediu férias para assistir ao Mundial junto com a esposa.
Ele ouviu os rumores sobre a suposta existência de "torcedores falsos", o que foi negado veementemente pelos organizadores. Milton, com base em sua história de vida, questiona essa versão.
"Seleções como Brasil e Argentina, pela tradição futebolística, têm muitos torcedores no mundo todo. Na Colômbia, antes da época de Carlos Valderrama, lembro que meus irmãos mais velhos (e todo o mundo) eram torcedores da Argentina e do Brasil", acrescentou.
- Pouco barulho -
Com um celular na mão, o brasileiro Leonardo Carlos grava sua chegada ao iluminado estádio Lusail, onde será disputada a final da 22º edição da Copa do Mundo.
Ao seu redor, é possível ver incontáveis torcedores da Seleção, sendo brasileiros ou não. E, de vez em quando, um pequeno grupo de torcedores da Sérvia, o primeiro dos três rivais que o Brasil enfrentará no Grupo G. além de Suíça e Camarões.
No entanto, em comparação aos barulhentos templos do futebol na América do Sul, há pouco ruído nos estádios do Catar.
"Aqui os estádios são lindos, maravilhosos, mas nos chocamos com a cultura local, que dificulta um pouco a festa, mas no final a gente vem assistir aos jogos", diz o diretor comercial de 28 anos. "Estamos muito otimistas com esta Copa", finaliza.