A marca de moda espanhola Balenciaga, famosa por peças caras e polêmicas, veio a público pedir desculpas por uma campanha temática que foi acusada de incitar pedofilia. A sessão de fotos é protagonizada por crianças segurando bichinhos de pelúcia com roupas usadas em práticas sadomasoquistas.
A polêmica ficou ainda maior quando um usuário do Twitter encontrou em uma das fotos da campanha um trecho de uma ação judicial na Suprema Corte dos EUA de 2008, no caso United States v. Williams, que tratava da venda de material de pornografia infantil.
the brand "Balenciaga" just did a uh..... interesting... photoshoot for their new products recently which included a very purposely poorly hidden court document about 'virtual child porn'
%u2014 shoe (@shoe0nhead) November 21, 2022
normal stuff pic.twitter.com/zjMN5WhZ0s
No comunicado divulgado nesta semana, a Balenciaga se desculpa pelo ensaio fotográfico e diz que tomará medidas legais contra os envolvidos.
“Pedimos sinceras desculpas por qualquer ofensa que nossa campanha de férias possa ter causado. Nossas pelúcias não deveriam ter sido apresentadas com crianças nesta campanha. Removemos imediatamente a campanha de todas as plataformas”, diz trecho da nota.
“Levamos este assunto muito a sério e estamos tomando medidas legais contra as partes responsáveis por criar o conjunto e incluir itens não aprovados para nossa sessão de fotos da campanha Spring 23. Condenamos veementemente o abuso de crianças de qualquer forma. Defendemos a segurança e o bem-estar das crianças”, completa a nota.
O fotógrafo Gabriele Galimberti é o responsável pelo ensaio. Ele já trabalhou com grandes veículos como a National Geographic, Le Monde e Marie Claire. No entanto, ao ser questionada pelo Daily Mail, a Balenciaga negou que tomaria ações legais contra Gabriele.
Os bichinhos de pelúcia mostrados nas imagens da campanha são na verdade “sacolas de pelúcia” vendidas pela empresa. No entanto, os itens não estão disponíveis nos sites da marca.
Histórico de polêmicas
Peças da Balenciaga costumam criar polêmicas, principalmente pelos preços altos somados a designers controversos. Um dos casos mais recentes é o “Paris Sneaker", um tênis com acabamento desgastado, propositalmente, com aparência suja e com direto a furos.
Os sapatos foram desenhados por Demna Gvsalia e estão disponíveis em três cores: vermelho, preto e branco. Eles são vendidos em versões com cano alto e modelos mude, na mesma estética, mas com a parte traseira diferente.
E quem quiser levar os modelos para casa terá que pagar uma pequena fortuna. As opções de cano alta estão saindo por 625 dólares, cerca de R$ 3,2 mil, e de cano baixo por 495 dólares, cerca de R$ 2,5 mil, de acordo com o site Hypebeast.
O que diz a lei sobre pedofilia?
A pedofilia em si não é considerada crime, pois se enquadra como um quadro de psicopatologia. Por lei, são considerados crimes ou violências sexuais contra crianças e adolescentes abuso sexual, estupro, exploração sexual, exploração sexual no turismo, assédio sexual pela internet e pornografia infantil.
O que é estupro contra vulnerável?
O crime de estupro contra vulnerável está previsto no artigo 217-A do Código Penal Brasileiro. O texto veda a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 14 anos, sob pena de reclusão de 8 a 15 anos.
No parágrafo 1º do mesmo artigo, a condição de vulnerável é entendida para as pessoas que não tem o necessário discernimento para a prática do ato, devido a enfermidade ou deficiência mental, ou que por algum motivo não possam se defender.
No entanto, se a agressão resultar em lesão corporal de natureza grave ou se a vítima tiver entre 14 e 17 anos, a pena vai de oito a 12 anos de reclusão. E, se a conduta resultar em morte, a condenação salta para 12 a 30 anos de prisão.
O que é a cultura da pedofilia?
A cultura da pedofilia é um termo criado para definir como a sociedade aceita e até incentiva a sexualiação de crianças e adolescentes, além de estimular a infatilização da mulher adulta.
Isso pode se tornar presente desde letras de músicas a enredos de filmes.
Como denunciar violência contra mulheres?
- Ligue 180 para ajudar vítimas de abusos.
- Em casos de emergência, ligue 190.