Estudantes chineses organizaram um protesto contra um confinamento motivado pela pandemia de coronavírus em uma universidade do leste do país, enquanto as autoridades dão pequenos passos para flexibilizar a rígida estratégia antiCOVID-19.
Milhões de pessoas na China ainda precisam seguir restrições pela COVID-19, mas algumas cidades já começaram a deixar para trás os testes em larga escala e as limitações de deslocamentos após uma série de protestos no país na semana passada.
Analistas da empresa japonesa Nomura calcularam na segunda-feira que 53 cidades, com quase um terço da população da China, prosseguem com restrições.
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Nas imagens, os jovens exigem o direito de deixar o campus. "O poder é dado a vocês pelos alunos, não por vocês mesmos", grita uma pessoa no vídeo.
Uma estudante do terceiro ano que pediu anonimato confirmou que o protesto aconteceu depois que a universidade anunciou o fechamento do campus por cinco dias após detectar apenas um caso de covid.
A jovem disse à AFP que os colegas estão indignados com a comunicação da universidade e temem ficar bloqueados no campus durante o recesso de inverno (hemisfério norte, verão no Brasil).
Nas imagens, os estudantes discutem com representantes da universidade e pedem a demissão dos diretores do centro de ensino.
O protesto de Nanjing acontece alguns dias após as manifestações registradas em várias cidades da China para exigir o fim da política de 'covid zero'. Algumas pessoas chegaram a pedir a renúncia do presidente Xi Jinping.
As autoridades impediram as tentativas de protestos posteriores, mas parecem estar respondendo a algumas demandas dos manifestantes, com o anúncio de uma flexibilização das restrições.
Nesta terça-feira, as autoridades de Pequim anunciaram que parques, prédios comerciais e e lojas, incluindo os supermercados, não exigirão mais que os visitantes apresentem um teste de covid negativo.
As grandes empresas também receberam autorização para definir suas próprias exigências quanto aos exames que seus funcionários devem apresentar para ir trabalhar.
Para Xie Shangguang, um estudante de 22 anos de Pequim, esses anúncios "são boas notícias" porque a capital "recupera a vida".
"Não podemos relaxar ou bloquear tudo de uma vez, temos que ir aos poucos", explicou à AFP.
"A única coisa que me deixa um pouco triste é que ainda não podemos ir a um restaurante", admite o jovem, que vai buscar um pedido para levar em uma hamburgueria.
Outras cidades, como Xangai e Hangzhou, adotaram iniciativas similares nos dias anteriores.
Em Guangzhou, as autoridades pedem aos moradores que fiquem em casa caso apresentem sintomas de covid, uma mudança radical face à atual política, que mandava os positivos para centros de quarentena.