Jornal Estado de Minas

CRISE ENERGÉTICA

Crise energética impulsiona energias renováveis, afirma AIE

A crise energética global deu um "impulso sem precedentes" ao desenvolvimento das energias renováveis, cujo crescimento aumentará nos próximos cinco anos tanto quanto nos últimos 20, anunciou nesta terça-feira (6) a Agência Internacional de Energia (AIE).





Nos próximos cinco anos, o crescimento da capacidade renovável global deve quase dobrar, diz o relatório anual da AIE sobre energias renováveis.

Graças a este desenvolvimento acelerado, as energias renováveis, principalmente eólica e solar, ultrapassarão o carvão como principal fonte de produção de eletricidade até 2025.

A instabilidade energética causada pela invasão russa da Ucrânia levou os países a investir em energias renováveis para reduzir sua dependência de combustíveis fósseis importados, cujo preço aumentou drasticamente, explica a agência.

Espera-se que entre 2022 e 2027, a capacidade de energia renovável global aumente de 2.400 gigawatts (GW), igualando assim a capacidade energética total da China, e superando em 30% a previsão de aumento de um ano atrás, de acordo com o relatório.



"Este é um exemplo claro de como a atual crise energética pode ser um ponto de virada histórico, levando-nos a um futuro sistema de energia global mais limpo e seguro", comentou o diretor da AIE, Fatih Birol.

Além da Europa, especialmente afetada pela crise energética, a AIE afirma que Estados Unidos, China e Índia também terão um papel importante no desenvolvimento de energias limpas nos próximos cinco anos.

"A aceleração contínua das renováveis é essencial para manter a possibilidade de limitar o aquecimento global a 1,5ºC", acrescentou Birol.

Em termos de tecnologia, as fontes de energia eólica terrestre e solar representam atualmente o meio mais barato de produção de eletricidade na maioria dos países.

A instalação de painéis solares nos telhados de residências e empresas triplicará nos próximos cinco anos.

E a demanda por biocombustíveis crescerá 22%, graças à produção e aos subsídios dos Estados Unidos, Canadá, Brasil, Indonésia e Índia.