O ministro britânico das Relações Exteriores, James Cleverly, informou nesta quarta-feira (14/12) que seis diplomatas do consulado chinês em Manchester deixaram o Reino Unido, após se envolverem, em outubro, no ataque a um ativista defensor da democracia em Hong Kong.
"Atos de violência cometidos no consulado chinês em Manchester são inaceitáveis", tuitou Cleverly. "Seis funcionários do consulado chinês, incluindo o cônsul-geral, deixaram o Reino Unido após o ultrajante incidente em outubro", acrescentou.
Os diplomatas foram chamados ao seu país pelas autoridades de Pequim, explicou.
Leia Mais
Biden: EUA tem 'obrigação moral' de regulamentar mais as armas de fogoZelensky renova pressão por tribunal especial para julgar agressão russaRússia afirma que não discute trégua de Natal ou Ano Novo na UcrâniaJovens iranianos enfrentam pena de morte por protestosO incidente ocorreu em 16 de outubro, dia da abertura do Congresso do Partido Comunista Chinês, em Pequim.
Um grupo de pessoas protestava em frente ao consulado chinês em defesa dos direitos democráticos em Hong Kong.
Um deles, Bob Chan, explicou mais tarde que fora violentamente agredido por homens que saíram da embaixada.
"Eles me colocaram para dentro, me bateram", disse ele.
"Foi escandaloso. Estou muito preocupado com a minha segurança e tenho pesadelos com o que pode acontecer com meus familiares" em Hong Kong, disse este chinês que vive no Reino Unido desde março de 2021.
Um vídeo do ataque mostra um grupo de homens que espancava outro caído no chão, atrás do muro do consulado, dentro das dependências da embaixada diplomática. Antes, segundo as imagens, esse mesmo grupo havia destruído as faixas dos manifestantes na rua.
O porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou dias depois que os manifestantes "entraram ilegalmente" no consulado de Manchester.
Em carta à polícia local, o cônsul-geral Zheng Xiyuan reclamou que a polícia não tenha agido prontamente para impedir que os manifestantes "invadissem" a embaixada. Ele mesmo foi acusado por parlamentares britânicos de atacar Chan.