O papa Francisco fez um apelo neste domingo (25/12) para "silenciar as armas" na Ucrânia, país afetado por uma "guerra sem sentido", durante sua tradicional mensagem de Natal na Praça de São Pedro, momento em que voltou a mencionar uma "Terceira Guerra Mundial".
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Tempestade de inverno mata pelo menos 19 nos EUATiroteio no maior shopping dos EUA mata uma pessoa Tempestade de inverno afeta mais de 240 milhões nos EUA na véspera do NatalBento XVI ficará marcado pela renúncia ao papado"Que o Senhor nos prepare a fazer gestos concretos de solidariedade para ajudar aqueles que estão sofrendo e ilumine as mentes daqueles que têm o poder de silenciar as armas e acabar de maneira imediata com esta guerra sem sentido", acrescentou.
"Lamentavelmente se prefere escutar outras razões, ditadas pelas lógicas do mundo", afirmou o sumo pontífice, antes de constatar "com dor que os ventos cruéis da guerra continuam a soprar sobre a humanidade".
Antes de pronunciar a bênção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo), o papa destacou os conflitos que abalam o mundo, algo faz com frequência, e citou 10 países afetados por violências ou tensões, que descreveu como "cenários desta Terceira Guerra Mundial".
Francisco mencionou o Afeganistão, o conflito israelense-palestino, Iêmen, Síria, Mianmar, Líbano, nação assolada por uma grave crise econômica e social, e Haiti, onde mais de 1.400 pessoas morreram em atos de violência este ano, segundo a ONU.
Pela primeira vez, o papa citou o Irã, cenário de uma onda de protestos sem precedentes desde a Revolução Islâmica de 1979, com mais de 14.000 detenções desde setembro, segundo a ONU, e 469 manifestantes mortos, de acordo com ONG 'Iran Human Rights', com sede em Oslo.
O papa Francisco também pediu que a comida não seja utilizada como "arma", em referência aos conflitos que afetam em particular a região do Chifre da África.
"Toda guerra - sabemos - provoca fome e usa a própria comida como arma, impedindo sua distribuição entre as pessoas que já estão sofrendo. Neste dia, aprendendo com o Príncipe da Paz, nos comprometamos todos - em primeiro lugar os que têm responsabilidades políticas - para que a comida não seja mais que um instrumento de paz", declarou.