A violação de uma norma por parte de soldados russos teria custado a vida de 89 deles, durante ataque supostamente realizado pela Ucrânia na véspera do Ano-Novo, na cidade de Makeyevka, na região de Samara, em Donetsk (leste).
"Uma comissão está trabalhando para investigar as circunstâncias do que ocorreu. Mas é óbvio que a principal razão foi o fato de celulares terem sido ligados e usados, de forma massiva, pelos militares dentro do alcance de armas inimigas, ao contrário da proibição", declarou o tenente-general russo Sergei Sevryukov. "Foram tomadas as medidas necessárias para evitar trágicos incidentes no futuro. Os responsáveis serão responsabilizados", assegurou.
"Uma comissão está trabalhando para investigar as circunstâncias do que ocorreu. Mas é óbvio que a principal razão foi o fato de celulares terem sido ligados e usados, de forma massiva, pelos militares dentro do alcance de armas inimigas, ao contrário da proibição", declarou o tenente-general russo Sergei Sevryukov. "Foram tomadas as medidas necessárias para evitar trágicos incidentes no futuro. Os responsáveis serão responsabilizados", assegurou.
O Estado-Maior da Ucrânia reivindicou a autoria do bombardeio. Por sua vez, o Departamento de Comunicações Estratégicas do Exército de Kiev apontou um número de vítimas russas bem maior, de cerca de 400 mortos e 300 feridos - números não reconhecidos por Moscou.
Esse foi o maior número de vítimas em um único ataque reconhecido por Moscou desde o início de sua ofensiva, em 24 de fevereiro, e se sucede a uma série de derrotas militares. Segundo a imprensa russa, os mortos eram recrutas, ou seja, soldados não profissionais.
Esse foi o maior número de vítimas em um único ataque reconhecido por Moscou desde o início de sua ofensiva, em 24 de fevereiro, e se sucede a uma série de derrotas militares. Segundo a imprensa russa, os mortos eram recrutas, ou seja, soldados não profissionais.
O incidente aumentou as críticas ao comando militar da Rússia. No momento em que Moscou enfrenta as repercussões do ataque, o presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu ao colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, a entrega de tanques de fabricação francesa para ajudar o Exército ucraniano em sua contra-ofensiva.
Impunidade
Até ontem, o número de mortos reconhecido por Moscou era de 63. O anúncio do balanço revisado provocou uma nova onda de críticas ao comando militar russo. Correspondentes e comentaristas da imprensa de Moscou denunciaram a "incompetência" das Forças Armadas. A chefe da rede RT, o braço de propaganda internacional do Kremlin, pediu a publicação dos nomes dos comandantes russos e "suas responsabilidades".
Até ontem, o número de mortos reconhecido por Moscou era de 63. O anúncio do balanço revisado provocou uma nova onda de críticas ao comando militar russo. Correspondentes e comentaristas da imprensa de Moscou denunciaram a "incompetência" das Forças Armadas. A chefe da rede RT, o braço de propaganda internacional do Kremlin, pediu a publicação dos nomes dos comandantes russos e "suas responsabilidades".
"É hora de entender que a impunidade não leva à harmonia social. A impunidade leva a novos crimes. E, consequentemente, à dissidência pública", publicou Margarita Simonian no Telegram. Nas redes sociais, vários russos exigiram uma investigação transparente dos fatos.
Segundo o Exército russo, o ataque foi realizado com sistemas de mísseis HIMARS, um armamento fornecido pelos Estados Unidos à Ucrânia que permite ataques atrás das linhas inimigas. Os correspondentes de guerra russos acusaram os comandantes do país de não aprenderem com seus erros e de transferirem a culpa para os soldados.
Luto
Em um evento incomum na Rússia, onde os poderes públicos costumam manter o silêncio a respeito das baixas militares na Ucrânia, cerca de 200 pessoas se reuniram, anteontem, para homenagear os mortos em Samara (centro), de onde eram originários alguns dos soldados falecidos. "É muito difícil, é assustador. A dor nos une", declarou Ekaterina Kolotovkina, que lidera um grupo de esposas de militares, na cerimônia realizada em uma igreja ortodoxa. O presidente russo, Vladimir Putin, não reagiu publicamente.
Em um evento incomum na Rússia, onde os poderes públicos costumam manter o silêncio a respeito das baixas militares na Ucrânia, cerca de 200 pessoas se reuniram, anteontem, para homenagear os mortos em Samara (centro), de onde eram originários alguns dos soldados falecidos. "É muito difícil, é assustador. A dor nos une", declarou Ekaterina Kolotovkina, que lidera um grupo de esposas de militares, na cerimônia realizada em uma igreja ortodoxa. O presidente russo, Vladimir Putin, não reagiu publicamente.