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Estado de Minas KIEV

Ministro do Interior da Ucrânia morre na queda de seu helicóptero

O ministro, de 42 anos, é o mais alto funcionário ucraniano morto desde o início da invasão russa à Ucrânia, há quase onze meses.


18/01/2023 17:40 - atualizado 18/01/2023 19:01

Foto do Ministro.
Também morreram o vice-ministro de Monastyrsky, Yevhen Yenin, e o secretário de Estado do Interior, Yuri Lubkovych. (foto: Sergei SUPINSKY / AFP)
O ministro do Interior da Ucrânia, Denys Monastyrsky, e outras 13 pessoas morreram nesta quarta-feira (18), na queda de seu helicóptero nos arredores de Kiev.

A aeronave caiu perto de uma creche e de um edifício residencial de 14 andares na localidade de Brovary, a leste da capital.

O ministro, de 42 anos, é o mais alto funcionário ucraniano morto desde o início da invasão russa à Ucrânia, há quase onze meses.

Entre as vítimas fatais da tragédia desta quarta está uma criança, segundo os serviços de emergência. Também morreram o vice-ministro de Monastyrsky, Yevhen Yenin, e o secretário de Estado do Interior, Yuri Lubkovych.

Até o momento, as autoridades ucranianas não apontaram um possível envolvimento russo, e iniciaram uma investigação para esclarecer as circunstâncias da tragédia.

Dmitro Serbin, que estava em seu apartamento quando o helicóptero caiu, correu para ajudar as crianças quando viu fogo na creche.

"As crianças estavam chorando, procurando seus pais [...] Tinham cortes nos rostos e estavam cobertas de sangue", contou Serbin à AFP.

"Tiramos uma menina, a enrolei em um casaco, ela tinha ferimentos no rosto [...] Ela não tremia, nem chorava". A menina ficou tão desfigurada que seu pai não a reconheceu em um primeiro momento, disse Serbin.

Vinte e cinco pessoas foram hospitalizadas, informaram os serviços de resgate.

"Uma tragédia terrível"

O destino do voo não foi totalmente esclarecido.

Segundo a Presidência ucraniana, o helicóptero seguia para o front da guerra com a Rússia, apesar de o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, ter dito que voava para o local onde ocorreu um ataque com mísseis na cidade de Dnipro.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou que o acidente foi uma "tragédia terrível".

"A dor é indescritível", destacou Zelensky.

Monastyrsky, advogado de profissão, estava no cargo desde julho de 2021. Era membro do partido do presidente, era casado e tinha dois filhos.

Condolências internacionais

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, foi um dos primeiros a reagir.

"Nós nos juntamos à Ucrânia em luto após o trágico acidente de helicóptero [...] Monastyrsky era um grande amigo da UE", manifestou-se Michel no Twitter.

A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, ofereceu ajuda a Kiev para investigar as causas do acidente.

O presidente americano, Joe Biden, deu os pêsames aos familiares dos 14 mortos e reiterou a "colaboração inabalável" dos Estados Unidos com a Ucrânia após a invasão do país pela Rússia.

"Choramos com todos aqueles que estão de luto por esta tragédia dolorosa", declarou Biden em nota, que se referiu ao ministro do Interior ucraniano como um "reformista e patriota".

França, Alemanha e Reino Unido também enviaram condolências.

Putin diz "não ter dúvida" sobre vitória russa na Ucrânia

A Rússia não se manifestou sobre a tragédia e manteve a pressão, tanto no front leste, onde o seu Exército tenta avançar, como por meio de declarações.

O presidente Vladimir Putin afirmou nesta quarta-feira que "não tem dúvida" sobre a vitória da Rússia na ofensiva na Ucrânia.

O presidente russo reiterou que seu país enfrenta um "regime neonazista" na Ucrânia e afirmou que continuará "ajudando" a população do leste ucraniano separatista. "A vitória será nossa", garantiu.

Seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, comparou as ações dos países ocidentais contra seu país à "solução final" do regime nazista para exterminar os judeus.

Os comentários de Putin e Lavrov ocorrem quase 11 meses depois do início da ofensiva na Ucrânia. Nos últimos meses, as forças russas sofreram uma série de reveses ante a contraofensiva ucraniana.

Em resposta às dificuldades no terreno, Putin ordenou a mobilização de 300.000 reservistas, e uma campanha de bombardeios contra a infraestrutura energética ucraniana.

Otan enviará armas "mais pesadas"

No Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, anunciou que a Aliança Atlântica enviará armas "mais pesadas e mais modernas" para que a Ucrânia possa fazer frente de forma mais eficaz à invasão russa.

O tema será abordado na sexta-feira em uma reunião na base militar americana de Ramstein, na Alemanha, em um contexto de forte pressão sobre o governo de Berlim para que envie tanques Leopard a Kiev.

O Reino Unido já prometeu entregar 14 tanques pesados Challenger 2, enquanto a Polônia se disse disposta a enviar 14 tanques Leopard de fabricação alemã, se Berlim autorizar sua reexportação para a Ucrânia.

O Canadá, por sua vez, anunciou nesta quarta que vai doar 200 blindados de transporte de tropas às forças ucranianas.

Zelensky pediu nesta quarta "celeridade na tomada de decisões", relativas à ajuda para a Ucrânia, em uma intervenção por vídeo no Fórum de Davos.


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