A explosão aconteceu durante a oração da tarde na cidade de Peshawar, próxima da fronteira com o Afeganistão
Parte do teto da mesquita e as paredes foram destruídas. Várias pessoas deixaram o templo ensanguentadas
"Até o momento 28 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas. A maioria das vítimas eram policiais", disse à imprensa Ghulam Ali, governador da província de Khyber Pakhtunkhwa, da qual Peshawar é a capital.
Uma grande operação de resgate teve início, com bombeiros e vários equipamentos para a retirada dos escombros.
"Estamos tentando obter mais informações, mas a explosão aconteceu no momento da oração", confirmou à AFP Muhammad Ijaz Khan, chefe de polícia de Peshawar.
O quartel-general da polícia de Peshawar é uma das áreas mais seguras da cidade e também abriga as sedes de diversas agências de inteligência.
De acordo com a polícia, a explosão aconteceu na segunda fila de fiéis que estavam rezando. Equipes de retirada de minas foram enviadas ao local devido ao temor de que a ação tenha sido um atentado suicida.
Em março de 2022, um ataque suicida contra uma mesquita da minoria xiita em Peshawar reivindicado pelo EI-K, braço local do grupo extremista Estado Islâmico, deixou 64 mortos. O atentado foi o mais grave registrado no Paquistão desde 2018.
Peshawar, a 50 quilômetros da fronteira com o Afeganistão, foi cenário de atentados praticamente diários na primeira metade da década de 2010, mas a segurança melhorou nos últimos anos.
Nos últimos meses, no entanto, a cidade registrou muitos ataques, vários deles contra as forças de segurança.
De modo geral, o país vivenciou nos últimos meses um agravamento da situação de segurança, em particular desde que os talibãs retornaram ao poder no Afeganistão em agosto de 2021
Após vários anos de relativa calma, o braço paquistanês dos talibãs, Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), o EI-K e grupos separatistas baluches voltaram a executar atentados.
O Paquistão critica o Talibã por permitir que estes grupos utilizem seu território para planejar os ataques, algo que as autoridades de Cabul negam.
O Talibã do Paquistão é um movimento separado do que existe no Afeganistão, mas os grupos têm raízes comuns.
O grupo reivindicou vários ataques no último ano, mas uma das maiores atrocidades cometidas pelos talibãs paquistaneses, que marcou a opinião pública do país, foi o massacre de 150 pessoas em uma escola de Peshawar em dezembro de 2014.