"Os atletas russos e bielorrussos não podem participar dos Jogos Olímpicos em Paris se não disseram 'não' à guerra. Se o fizerem publicamente, podem, mas eles têm medo", declarou nesta segunda-feira (13), em entrevista à AFP.
"A cada atleta russo: diga ao seu governo, ao presidente russo, que pare com essa guerra sem sentido", acrescentou o prefeito da capital ucraniana, que considera que não se pode ser "neutro enquanto pessoas, mulheres e crianças são mortas".
O presidente Volodimir Zelensky pediu, repetidamente, a exclusão dos atletas russos e bielorrussos da competição em Paris, porém, o Comitê Olímpico Internacional (COI) propôs, no final de janeiro, que estes esportistas possam participar mediante o uso de uma bandeira neutra.
Em uma carta datada de 31 de janeiro, o presidente do COI, Thomas Bach, denunciou as ameaças da Ucrânia de boicotar a competição caso os atletas russos participassem, garantindo que a maioria dos comitês nacionais olímpicos percebe estas "pressões" como "extremamente infelizes".
"Terei o maior prazer em convidar Thomas Bach à Ucrânia para que ele possa ver com seus próprios olhos as aldeias destruídas, os mortos e feridos", reagiu Klitschko.
"Ou você não entende ou joga o jogo da Rússia, não tem explicação", acrescentando que só é possível estar "a favor" ou "contra" a guerra.
O ministro dos Esportes da Polônia, Kamil Bortniczuk, disse, no início de fevereiro, que esperava que cerca de 40 países se opusessem à participação dos atletas russos e bielorrussos.
Na semana passada, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, visitou Kiev e se mostrou favorável à exclusão dos atletas "enquanto houver guerra" na Ucrânia.