O sindicato Royal College of Nursing (RCN) anunciou uma greve em mais de 120 unidades de saúde pública em 1º de março, acusando o Executivo conservador de Rishi Sunak de se recusar a negociar salários ou o número de profissionais.
A greve durará 48 horas, uma escalada em relação às paralisações anteriores, que duraram apenas 12 horas durante o turno diurno. Pela primeira vez, equipes de enfermagem de emergência, terapia intensiva e oncologia se juntarão à greve.
"Essas greves não apenas durarão mais e envolverão mais pessoas, mas também não pouparão nenhum departamento do serviço nacional de saúde", disse Pat Cullen, secretária-geral do RCN, que em dezembro passado lançou um protesto nacional sem precedentes em seus 106 anos de história.
Desde então, "ao se recusar a negociar com os enfermeiros, o primeiro-ministro está levando mais pessoas à greve", disse Cullen em alusão ao chefe de governo, Rishi Sunak.
O ministro da Saúde britânico, Steve Barclay, chamou o anúncio de uma "escalada significativa" e alertou que "põe em risco a segurança dos pacientes".
Os profissionais de enfermagem, em sua grande maioria mulheres, reivindicam aumentos salariais referentes a 2022 e 2023, mas o governo só está disposto a negociar no próximo ano, qualificando as suas reivindicações como "proibitivas" frente a um orçamento exíguo.
A greve foi cancelada no País de Gales e na Escócia depois que os governos locais desses países britânicos ofereceram aumentos salariais maiores, mas o Executivo de Sunak, que tem jurisdição sobre a saúde na Inglaterra, por enquanto rejeitou um gesto adicional.
Além dos enfermeiros, equipes de ambulâncias, engenheiros ferroviários e alguns funcionários públicos realizaram greves nos últimos meses para exigir aumentos salariais em meio à inflação recorde no país. Apesar de uma ligeira redução, em janeiro ainda estava acima de 10%.
LONDRES