"Mais de 185.000 pessoas foram deslocadas", afirmou o OCHA em um comunicado, acrescentando que 89% são mulheres e crianças, muitas das quais não encontraram outro refúgio senão a sombra de uma árvore ou uma escola fechada devido à violência.
A Somalilândia, um antigo território britânico na região do Chifre da África, declarou independência da Somália em 1991, um ato não reconhecido pela comunidade internacional.
A região de 4,5 milhões de pessoas permaneceu pobre e isolada desde então, mas tinha uma certa estabilidade, enquanto a Somália era devastada pela insurgência islâmica Al-Shabab.
Os últimos meses foram marcados, porém, por tensões. Em 6 de fevereiro, eclodiram confrontos entre as forças armadas da Somalilândia e as milícias leais ao governo central da Somália na cidade de Las Anod.
Esta cidade fronteiriça, estratégica do ponto de vista comercial, mudou de mãos várias vezes nas últimas décadas.
Durante um encontro com a imprensa nesta sexta-feira em Genebra, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) afirmou que "mais de 60.000 somalis, principalmente crianças e mulheres" chegaram ao sudeste da vizinha Etiópia, procedentes da região de Las Anod.
"Exaustos e traumatizados, chegaram com poucos objetos, levando apenas o que conseguiam carregar", declarou Olga Sarrado Mur, porta-voz do ACNUR.