O número representa um aumento de quase 40% na comparação com 2021.
O golpe de Estado contra o governo de Aung San Suu Kyi em fevereiro de 2021 provocou novos combates com grupos étnicos rebeldes e a formação de dezenas de "forças populares de defesa" em regiões que antes não registravam confrontos armados, segundo o Unicef.
Mianmar não é signatário da convenção da ONU que proíbe o uso, armazenamento ou desenvolvimento de minas terrestres.
Quase dois terços dos incidentes foram registrados em áreas de fronteira, onde os rebeldes lutam há décadas por autonomia e pelo direito de controlar os recursos naturais, incluindo madeira e jade, assim como o tráfico de drogas.
E quase 20% das vítimas foram registradas ao norte de Mandalay, uma área que era pacífica em grande parte antes do golpe, mas que desde então virou um foco de resistência ao regime militar.
Em 2020, ano anterior ao golpe, foram registradas 254 vítimas, segundo o Unicef.
O exército birmanês foi acusado de cometer atrocidades e crimes de guerra durante décadas de conflito interno.
No ano passado, a Anistia Internacional afirmou que as tropas birmanesas instalavam minas terrestres em "larga escala" como parte da luta contra os combatentes contrários ao golpe militar, inclusive nas imediações de igrejas e em rodovias que levam a plantações de arroz.
Os dados do Unicef não incluem as vítimas provocadas pelos ataques dos combatentes antigolpistas contra "as administrações locais e as forças de segurança".
A junta militar afirma que mais de 5.000 pessoas foram assassinadas por combatentes antigolpistas e rebeldes étnicos aliados desde o golpe de Estado até janeiro deste ano.
Mais de 3.000 pessoas morreram na repressão das forças de segurança contra manifestações e opositores. E mais de 19.000 foram detidas, de acordo com uma ONG local.
BANGCOC