O papa Francisco reafirmou que missas em latim só podem ser celebradas na Igreja Católica com autorização expressa do Vaticano.
Em um "Rescriptum ex audientia" - decisão comunicada por via oral pelo pontífice a um membro da Cúria Romana recebido em audiência -, Jorge Bergoglio esclarece os princípios do motu proprio "Traditionis custodes" ("Guardiães da tradição"), publicado em 2021 e que incomodou as franjas mais tradicionalistas do clero, incluindo o papa emérito Bento XVI, por restringir missas em latim.
Na prática, Francisco deixou claro que o uso de igrejas paroquiais por grupos que celebram a missa em latim e a utilização do missal antigo por padres ordenados após a "Traditionis custodes" devem ser autorizados diretamente pela Santa Sé.
Com isso, cabe apenas ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos avaliar caso a caso eventuais pedidos levados aos bispos para o uso do missal tão caro aos tradicionalistas, aprovado por João XXIII em 1962, antes do Concílio Vaticano II, que autorizou missas em todos os idiomas.
A questão da homilia em latim voltou à baila no início deste ano, quando George Ganswein, secretário particular de Bento XVI, revelou que o pontíficie emérito havia ficado triste com as restições impostas por Bergoglio em 2021.
Grupos tradicionalistas acusam Francisco de conduzir uma batalha "injusta" contra a antiga liturgia, enquanto blogs especializados ligados ao clero conservador denunciam um uso "despótico" da autoridade papal.