Em audiência de duas horas, os nove juízes ouviram que a "cumplicidade" do Twitter com o terrorismo, ao não impedir o conteúdo criado por grupos extremistas, deve ser considerada.
"Há uma acusação de cegueira deliberada (...) Você sabia que o EI estava usando sua plataforma", afirmou a juíza Sonia Sotomayor ao advogado do Twitter, réu no caso.
A ação foi movida pela família de uma vítima de um ataque do grupo EI em 2017 em uma boate em Istambul.
A família alega que a decisão do Twitter de não remover ou parar de recomendar tuítes do EI constitui uma ajuda a um ato terrorista.
A audiência aconteceu um dia depois que a Suprema Corte ouviu um caso semelhante contra o YouTube. Esse caso dizia respeito a uma vítima americana dos ataques de Paris em 2015, também reivindicados pelo EI.
O Twitter, com o apoio de outras grandes empresas de tecnologia, insiste que o fato de uma plataforma ser usada por dezenas de milhões de usuários em todo o mundo não representa automaticamente uma ajuda "deliberada" a um grupo terrorista.
No centro de ambos os casos, que devem ser resolvidos até 30 de junho, está a ampla imunidade legal conferida às plataformas de tecnologia por uma lei de décadas que torna praticamente impossível processar por questões de conteúdo.
As empresas de tecnologia veem a lei americana, conhecida como Seção 230, como um texto fundamental da Internet que ajudou na revolução das redes sociais ao evitar ações judiciais contra os sites.