Jornal Estado de Minas

BARCELONA

Morte de menor que caiu de prédio junto com irmã gêmea causa comoção na Espanha

A morte de uma menina de 12 anos que caiu de um prédio junto com sua irmã gêmea, que está em estado grave, reacendeu na Espanha a preocupação sobre a saúde mental dos adolescentes, enquanto a polícia investiga o caso.



Na tarde de terça-feira (21), as duas menores - de origem argentina, segundo a imprensa - caíram da varanda do terceiro andar do edifício onde moravam em Sallent, uma localidade a cerca de 60 quilômetros de Barcelona, informou a polícia regional da Catalunha.

Uma das duas jovens morreu na hora e sua irmã gêmea foi transferida em estado crítico para o hospital.

O caso gerou forte comoção na Espanha, onde os detalhes que vão sendo divulgados sobre a situação psicológica das irmãs estão sendo acompanhados de perto. As duas deixaram cartas e, segundo os relatos de pessoas próximas à imprensa local, elas eram alvo de bullying na escola.

"Especialmente depois da pandemia, chegou ao nosso conhecimento que está havendo um aumento de comportamentos autolesivos de nossos jovens, especialmente adolescentes", lamentou, nesta quinta-feira (23), a ministra da Educação da Espanha, Pilar Alegría, que, no entanto, pediu que as pessoas não tirassem conclusões sobre o caso antes do término das investigações.



"Estamos trabalhando com todas as administrações porque, claro, com apenas um caso , toda a administração tem que se preocupar e, acima de tudo, tentar apresentar o máximo de soluções possíveis", acrescentou.

De acordo com o jornal La Vanguardia, as meninas haviam chegado à localidade de Sallent com sua família, originária da Argentina, há cerca de dois anos. A publicação também cita um conhecido que contou que as jovens eram alvo de piadas e insultos de alguns companheiros de escola.

O bullying teria aumentado de intensidade, segundo a mídia espanhola, quando uma das irmãs havia manifestado que se sentia como se fosse um homem.

Contudo, o Departamento de Educação da Catalunha explicou que "a escola não havia detectado uma problemática específica de bullying", mas acrescentou que "havia dado apoio psicológico e de orientação às alunas desde o início".