A Defex foi acusada de usar um complexo sistema de suborno e peculato para conseguir contratos no país africano entre 2005 e 2013.
A Audiência Nacional espanhola, que lida com os principais casos criminais, disse ter encontrado evidências de que a Defex pagou presentes, como viagens e cirurgias plásticas, a autoridades camaronesas para garantir os contratos.
No entanto, disse que isso aconteceu antes que o código penal da Espanha fosse reformado em 2015 para ampliar a responsabilidade criminal a empresas estatais como a Defex, e por isso sua sentença "deverá ser absolutiva".
Apesar disso, o tribunal condenou o ex-diretor comercial da empresa a dois anos de prisão por corrupção.
A acusação pediu para ele uma pena de 23 anos de prisão, mas o tribunal o absolveu dos crimes de falsificação, lavagem de dinheiro e desvio de verba pública.
O tribunal considerou que o dinheiro supostamente desviado não pertencia à Defex, mas a um banco privado que financiou os projetos em Camarões.
A Audiência Nacional investiga outros dois supostos casos de corrupção nas operações de venda de armas da Defex aos governos de Angola e da Arábia Saudita.
A Defex foi fundada em 1972 pelo Estado espanhol para ajudar na exportação de produtos fabricados pela indústria de defesa do país. Foi dissolvida em 2017 após o escândalo.