"Trabalharemos juntos, não apenas a nível bilateral, mas a nível mundial, para levar todos à mesa de negociação", disse Kerry em uma entrevista coletiva junto da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
"Nenhum país pode mudar as coisas sozinho Está acontecendo uma grande mudança, cada vez mais pessoas entendem que é urgente, que não é opcional e que temos que trabalhar juntos para fazer muito mais do que antes", insistiu.
Kerry também afirmou que tinha a intenção de retornar ao Brasil para visitar a Amazônia junto de Marina Silva, em data a ser confirmada.
A visita do enviado do presidente americano Joe Biden para Brasília aconteceu três semanas depois da do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Casa Branca.
E, assim como aconteceu em Washington, os Estados Unidos reafirmaram o seu desejo de contribuir para o Fundo Amazônia, cujos principais doadores são Noruega e Alemanha, embora ainda não tenham definido cifras.
"Estamos comprometidos a contribuir com o Fundo Amazônia, mas também com outras entidades, e a trabalhar bilateralmente em ciência e desenvolvimento", disse Kerry, após sua visita de três dias a Brasília.
Questionado por um jornalista sobre o montante da contribuição, Kerry falou sobre negociações em curso no Congresso norte-americano.
"Temos um projeto de lei no Senado com o objetivo de arrecadar 4,5 bilhões de dólares. Outro na Câmara de 9 bilhões de dólares. Mas agora será preciso lutar" para que se concretize, detalhou.
Kerry referia-se, em particular, ao projeto de lei "AMAZON21", que prevê a criação de um fundo de 9 bilhões de dólares para a preservação das florestas nos países em desenvolvimento, não apenas para a Amazônia brasileira.
Marina Silva, por sua vez, lembrou que existiam "outros instrumentos" para ajudar a preservar a Amazônia, como a compra de títulos de carbono.
No fim de janeiro, durante uma visita oficial a Brasília, o chanceler alemão Olaf Scholz anunciou que seu país estava disposto a pagar 200 milhões de euros - R$ 1,1 trilhão - para o Fundo Amazônia.
O desmatamento aumentou consideravelmente no mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula nas eleições de outubro do ano passado.
O presidente prometeu, após sua vitória que faria o possível para reduzir a zero o desmatamento ilegal na Amazônia para 2030, mas insistiu na importância da ajuda internacional para conseguir esse objetivo.