"O povo grego quer o esclarecimento imediato dos incidentes criminais relacionados com este acidente trágico", escreveu Mitsotakis em uma carta ao procurador do tribunal após o acidente que deixou pelo menos 57 mortos e provocou indignação popular.
"Peço que priorizem estes casos e, se considerarem necessário, iniciem uma investigação com o nível mais elevado possível sobre o ocorrido e sobre se os erros sistemáticos no setor ferroviário constituem um crime", completa o texto.
A carta especifica que a investigação do tribunal é um processo separado do iniciado por um grupo de especialistas designado pelo governo.
O gesto do primeiro-ministro é visto como uma tentativa de apaziguar a indignação, já que as investigações costumam demorar vários anos. O chefe de Governo também disputará eleições para tentar um novo mandato em abril.
No domingo, Mitsotakis pediu perdão às famílias das vítimas do pior acidente ferroviário da história da Grécia. No mesmo dia, manifestantes entraram em confronto com a polícia em Atenas.
A tragédia aconteceu na terça-feira à noite, quando um trem de carga colidiu com um trem de passageiros com quase 350 pessoas a bordo, muitos deles estudantes.
Em um primeiro momento, as autoridades atribuíram o acidente a uma "falha humana", do diretor da estação que estava trabalhando no momento da colisão.
Mas os sindicatos ferroviários insistem que há anos alertam a operadora Hellenic Train - que pertence à empresa ferroviária estatal italiana - sobre problemas de segurança na linha que liga Atenas a Tessalônica, a segunda maior cidade do país.
A rede ferroviária grega sofre há décadas com a manutenção deficiente e equipamentos obsoletos.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou que conversou com Mitsotakis sobre uma "ajuda técnica adicional" para modernizar o setor ferroviário.
ATENAS