Boluarte, de 60 anos, esteve com a procuradora-geral Patricia Benavides por quase uma hora e meia.
A presidência informou pelo Twitter que Boluarte "prestou declarações sobre as investigações", sem dar mais detalhes.
Por sua vez, o MP indicou mais cedo que a governante foi chamada no "caso das mortes de cidadãos ocorridas durante as mobilizações sociais de dezembro de 2022 e janeiro de 2023".
Boluarte chegou ao interrogatório sorridente, acompanhada por uma forte escolta, segundo imagens compartilhadas nas redes sociais pela Procuradoria. A reunião ocorreu sem manifestações a favor ou contra do lado de fora do prédio no centro de Lima.
Ela tem "toda a vontade de querer colaborar com a averiguação da verdade e a investigação em particular", disse recentemente sua advogada, Kelly Montenegro, ao jornal El Comercio.
No entanto, no caso de uma acusação formal, não poderá ser julgada até o final de seu mandato em 2026, como estabelecido pela Constituição.
- Três crimes -
O Ministério Público iniciou em 10 de janeiro uma investigação contra Boluarte pelos supostos crimes de "genocídio, homicídio qualificado e ferimentos graves".
As autoridades tentam determinar sua responsabilidade na repressão às manifestações contra o governo nas regiões de Apurimac, La Libertad, Puno, Junín, Arequipa e Ayacucho.
Nos protestos, 54 pessoas morreram. E segundo a Defensoria do Povo, também foram registrados 1.300 feridos, quase metade deles membros das forças de segurança.
Também estão sendo investigados pelo MP no mesmo caso o chefe do gabinete de Boluarte, Alberto Otárola, o ex-ministro do Interior Víctor Rojas, o ministro da Defesa, Jorge Chávez, e o ex-chefe de gabinete Pedro Angulo.
Nesta terça, a presidente completa três meses no poder depois de substituir Castillo, que foi preso após ser deposto pelo Congresso em 7 de dezembro, depois de um golpe fracassado.
O professor rural e líder sindical de 53 anos cumpre prisão preventiva em Barbadillo, um pequeno centro de detenção para ex-governantes, dentro da sede da Diretoria de Operações Especiais da Polícia, a leste de Lima.
Sua queda desencadeou os violentos protestos que exigem a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições para 2023.
Dina Boluarte é a sexta pessoa a ocupar a presidência em cinco anos e a primeira mulher a governar o Peru, um país que vive em uma crise política constante, salpicada de denúncias de corrupção.
LIMA