As condições para estas eleições, nas quais Nicolás Maduro aspira a um segundo mandato de seis anos, encabeçam a agenda da oposição nas negociações, paralisadas desde novembro à espera do desembolso de recursos congelados que seriam usados para enfrentar a crise social.
"Todos dizem o mesmo: defendemos eleições livres, competitivas, democráticas e confiáveis", disse Rodríguez, também chefe do Parlamento, em relação aos pedidos da comunidade internacional e da oposição. "Concordamos com a recomendação deles: eleições livres... Livres de sanções", continuou ele, em linha com uma frase idêntica de Maduro em dezembro.
"A Venezuela não vai assinar nenhum acordo com esse setor da oposição até que esteja 100% livre de sanções, até que sejam levantadas as 765 medidas coercitivas unilaterais assinadas por Donald Trump e Barack Hussein Obama", afirmou.
Washington impõe sanções a membros do governo venezuelano desde 2015, intensificadas em 2019 com ações diretas contra setores da economia, como o petróleo, após a reeleição de Maduro um ano antes em eleições consideradas fraudulentas pela comunidade internacional e pela oposição.
Rodríguez liderou, nesta quinta, um ato pelo "dia anti-imperialista", criado pelo chavismo após o decreto de Obama que em 2015 declarou a Venezuela uma "ameaça incomum e extraordinária" à segurança dos Estados Unidos, prorrogado dias atrás pelo atual presidente americano, Joe Biden.
As sanções são a principal moeda de troca para pressionar o governo a oferecer condições eleitorais, incluindo a suspensão de inabilitações políticas impostas a opositores que pretendem ser candidatos.
"Os diálogos não são para indultos, são para chegar a um acordo sobre os termos que podem ser acordados", disse Rodríguez, que pediu "justiça" contra os opositores que apoiaram a política de sanções.
"Fizeram muitos estragos", concluiu Rodríguez. "Esses lacaios têm que pagar".
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