Único candidato, o diplomata de 62 anos foi nomeado nesta sexta-feira (10) pelos 35 membros do Conselho de Governadores, anunciou a instância da ONU com sede em Viena, na Áustria.
Em setembro, a assembleia geral da AIEA, composta por 176 países, aprovará oficialmente sua nomeação.
"Estou profundamente honrado com a decisão unânime do Conselho de me conceder um novo mandato (...) em um momento em que enfrentamos muitos desafios", disse Grossi.
No final de 2019, ele sucedeu ao japonês Yukiya Amano, que faleceu poucos meses antes, aos 72 anos, quando dirigia a entidade nuclear desde 2009.
Ex-embaixador da Argentina na Áustria e primeiro representante sul-americano a presidir a AIEA desde sua criação, em 1957, Grossi soube impor um estilo arrojado durante um primeiro mandato agitado.
Poliglota e pai de oito filhos, o diplomata apaixonado pela mídia não hesitou em ir pessoalmente à fábrica de Zaporizhzhia, na Ucrânia, no ano passado, para instalar inspetores.
Grossi não para de alertar para o perigo de uma catástrofe nuclear e passou meses defendendo uma zona de proteção, sem sucesso.
Ele também foi muito ativo na negociação do programa nuclear iraniano, indo várias vezes a Teerã para tentar restabelecer o diálogo em meio a altas tensões.
A AIEA está encarregada de supervisionar o cumprimento dos compromissos assumidos por Teerã no âmbito do acordo nuclear celebrado em 2015 em Viena com as grandes potências.
O pacto está paralisado desde a retirada unilateral dos Estados Unidos e da desvinculação progressiva de Teerã de seus compromissos.
Nesta sexta-feira, vários diplomatas elogiaram seu trabalho no Twitter, incluindo a embaixadora dos Estados Unidos, Laura Holgate.
"Demonstrou extraordinárias qualidades de liderança nas provas históricas mais importantes pelas quais a Agência passou", destacou.